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"Vivo hoje uma fase mágica", diz Martins
Pianista rege concerto na Sala São Paulo e marca 2 anos da Fundação Bachiana
Martins, concertista que teve problemas nas mãos e agora atua como regente, faz apresentação cuja renda irá para fundação ambiental
AUDREY FURLANETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Horas antes de seu ensaio
com a Orquestra Bachiana Filarmônica, na última terça-feira, o maestro João Carlos Martins está sentado num dos sofás
vermelhos da ampla sala de sua
cobertura no bairro dos Jardins, em São Paulo.
De costas para o piano, volta-se para o instrumento como se
este pudesse participar da conversa. Aquele modelo Petrof, de
cauda, está com ele há 20 anos
-um terço dos 60 de carreira
que o maestro completa neste
ano. É no mesmo Petrof que
Martins mostra "Luiza", de
Tom Jobim, um dos compositores no programa do concerto
com a Bachiana hoje, às 21h, na
Sala São Paulo.
Além de reger a Suíte Brasileira, de Mateus Araújo, em defesa da Amazônia, e a Suíte Orquestral nº 3, de Bach, o maestro, que deixou de tocar regularmente piano por problemas
nas mãos em 2003, tocará Mozart, Piazzolla e Jobim.
O concerto, para promover o
Programa de Áreas Protegidas
da Amazônia (Arpa), é o mesmo apresentado no Carnegie
Hall no último mês de maio,
com ingressos a US$ 2 (cerca de
R$ 3, na cotação daquele mês).
"Eu via o Sting fazendo concerto pela Amazônia e pensava:
no social, eu nado de braçadas;
no ambiental, eu não posso dizer que é o verdadeiro motivo
da minha vida", conta o regente. "Mesmo em concertos isolados, acredito que temos chamado atenção das pessoas para essa questão ambiental."
De fato, o trabalho social de
Martins ficou mais conhecido.
O concerto na Sala São Paulo
marca os dois anos da Fundação Bachiana, formada pelas
orquestras Bachiana Filarmônica e Bachiana Jovem, a Bachianinha. "Estou vivendo a fase mágica da minha vida", diz.
Casaca e camiseta
Em junho deste ano, Martins
fez a primeira visita à Fundação
Casa, antiga Febem. Assinou
um convênio e encontra os internos a cada 15 dias. Os alunos
compõem e entregam peças ao
regente que pretende organizar
um concurso. "Vamos escolher
uma composição e tocá-la na
Sala São Paulo em 2009."
O projeto surgiu dois anos
depois de consolidada a Fundação Bachiana. Com até 67 músicos, de acordo com o repertório, a Bachiana, orquestra principal da fundação, procurou
seus integrantes em bairros da
periferia da capital. Ao todo,
com os concertos também da
Bachianinha, foram 110 apresentações em 2007.
Antes do programa de hoje,
Martins vai exibir um vídeo de
oito minutos. "De Casaca e Camiseta" reúne imagens do regente ainda jovem, dos concertos de casaca no Carnegie Hall
aos encontros -agora de camiseta- com os jovens músicos
da periferia de São Paulo.
BACHIANA FILARMÔNICA EM
DEFESA DA AMAZÔNIA
Quando: hoje, às 21h
Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, SP; tel. 0/xx/11/ 3223-3966)
Quanto: R$ 50 a R$ 90
Classificação indicativa: livre
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