São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2010

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Filmes e tributos lembram 70 anos de Lennon

Monumento em Liverpool, homenagem de Yoko, guitarras e discos relançados também celebram ex-Beatle, que faria aniversário hoje

Amigos e especialistas especulam o que cantor faria hoje; para Lobão, ele experimentaria com a música eletrônica

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

John Lennon está morto, mas continua faturando horrores. O ex-Beatle, que completaria hoje 70 anos, será homenageado com incontáveis tributos e lançamentos de produtos com seu nome.
"O Garoto de Liverpool", filme de Sam Taylor-Wood, de 2009, sobre a juventude de Lennon, estreou ontem nos Estados Unidos e está previsto para chegar aos cinemas brasileiros no dia 3 de dezembro.
Hoje, no Central Park, será exibido "LennoNYC", um documentário sobre os anos de Lennon em Nova York.
Em Liverpool, o filho Julian participa da inauguração de um monumento em homenagem a Lennon, enquanto Yoko Ono lidera um tributo na Islândia.
Yoko, aliás, esteve ocupadíssima nos últimos meses: além de supervisionar o relançamento de oito álbuns do marido, assinou contratos para lançamentos de guitarras e até de uma caneta com o nome de Lennon, cravejada de safiras e diamantes, que sai pela bagatela de US$ 27 mil (cerca de R$ 45 mil).
Se o aniversário de John Lennon mereceu essa avalanche de homenagens, o que não acontecerá em 8 de dezembro, 30º aniversário de sua morte?
Enquanto Yoko e outros faturam com os tributos, muitos se perguntam o que Lennon estaria fazendo hoje, não tivesse sido assassinado.
"John era um agitador, estava sempre pensando em coisas novas", diz Roy Cicala, um veterano engenheiro de som e produtor que foi amigo e colaborador de Lennon em sua última década de vida. "Do que ele mais gostava era compor. Acho que ele nunca deixaria a música".
Cicala classifica a morte do amigo como "um desperdício". "Imagine o que John não teria feito nesses anos todos, as músicas incríveis que teria escrito?"

VIDA TRANQUILA
Quando morreu, em 1980, Lennon parecia estar num momento tranquilo da vida. Mostrava-se feliz com o nascimento do filho Sean e com o fim das ameaças de deportação pelo governo norte-americano.
Marcelo Fróes, produtor cultural e autor de um livro sobre os Beatles, diz: "Nos anos 70, Lennon enfrentou o luto pelo fim dos Beatles, as batalhas judiciais de dissolução da banda e por sua deportação. Os anos 80 teriam sido um "starting over" ("recomeço') para ele".
"Não sei se teria continuado casado com Yoko", completa Fróes. "Mas certamente, com Lennon vivo, Bono Vox teria tido outro emprego. E os Beatles teriam se reunido para finalizar um documentário sobre a história da banda."
O cantor e compositor Lobão, fã de Lennon, vai além: "Lennon estaria em plena atividade artística e política. Acho que ele teria flertado com a música eletrônica e deixaria o mundo um pouco melhor com sua simples presença".


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