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Filmes e tributos lembram 70 anos de Lennon
Monumento em Liverpool, homenagem de Yoko, guitarras e discos relançados também celebram ex-Beatle, que faria aniversário
hoje
Amigos e especialistas
especulam o que cantor
faria hoje; para Lobão,
ele experimentaria com
a música eletrônica
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
John Lennon está morto,
mas continua faturando horrores. O ex-Beatle, que completaria hoje 70 anos, será
homenageado com incontáveis tributos e lançamentos
de produtos com seu nome.
"O Garoto de Liverpool",
filme de Sam Taylor-Wood,
de 2009, sobre a juventude
de Lennon, estreou ontem
nos Estados Unidos e está
previsto para chegar aos cinemas brasileiros no dia 3 de
dezembro.
Hoje, no Central Park, será
exibido "LennoNYC", um documentário sobre os anos de
Lennon em Nova York.
Em Liverpool, o filho Julian participa da inauguração de um monumento em
homenagem a Lennon, enquanto Yoko Ono lidera um
tributo na Islândia.
Yoko, aliás, esteve ocupadíssima nos últimos meses:
além de supervisionar o relançamento de oito álbuns
do marido, assinou contratos
para lançamentos de guitarras e até de uma caneta com o
nome de Lennon, cravejada
de safiras e diamantes, que
sai pela bagatela de US$ 27
mil (cerca de R$ 45 mil).
Se o aniversário de John
Lennon mereceu essa avalanche de homenagens, o
que não acontecerá em 8 de
dezembro, 30º aniversário de
sua morte?
Enquanto Yoko e outros
faturam com os tributos,
muitos se perguntam o que
Lennon estaria fazendo hoje,
não tivesse sido assassinado.
"John era um agitador, estava sempre pensando em
coisas novas", diz Roy Cicala, um veterano engenheiro
de som e produtor que foi
amigo e colaborador de Lennon em sua última década de
vida. "Do que ele mais gostava era compor. Acho que ele
nunca deixaria a música".
Cicala classifica a morte do
amigo como "um desperdício". "Imagine o que John
não teria feito nesses anos todos, as músicas incríveis que
teria escrito?"
VIDA TRANQUILA
Quando morreu, em 1980,
Lennon parecia estar num
momento tranquilo da vida.
Mostrava-se feliz com o nascimento do filho Sean e com
o fim das ameaças de deportação pelo governo norte-americano.
Marcelo Fróes, produtor
cultural e autor de um livro
sobre os Beatles, diz: "Nos
anos 70, Lennon enfrentou o
luto pelo fim dos Beatles, as
batalhas judiciais de dissolução da banda e por sua deportação. Os anos 80 teriam
sido um "starting over" ("recomeço') para ele".
"Não sei se teria continuado casado com Yoko", completa Fróes. "Mas certamente, com Lennon vivo, Bono
Vox teria tido outro emprego.
E os Beatles teriam se reunido para finalizar um documentário sobre a história da
banda."
O cantor e compositor Lobão, fã de Lennon, vai além:
"Lennon estaria em plena
atividade artística e política.
Acho que ele teria flertado
com a música eletrônica e
deixaria o mundo um pouco
melhor com sua simples presença".
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