São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2011

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TV?

Maior evento de programação de TV do mundo debate criação de aplicativos para iPad e celular para estreitar relação entre espectador e marca

LAURA MATTOS
DE SÃO PAULO

Emissoras e produtores de TV brasileiros estão animados com um casamento que surge como forte tendência: programação de televisão + aplicativos para tablets.
No Mipcom 2011, maior evento de debate e negociação de programação para TV do mundo, que aconteceu na última semana em Cannes, França, muita conversa girou em torno dos tais "programas multiplataforma".
Em português simples, isso quer dizer que uma telenovela ou um reality show hoje devem ser pensados não só como algo a ser visto no televisor, mas que será oferecido na internet, no celular e especialmente no iPad.
"Vi muito debate em torno de como a TV continua o grande veículo, apesar de outras plataformas, redes sociais. Por outro lado, um programa de TV deve ter entradas para outras mídias", disse por telefone à Folha Ricardo Scalamandré, diretor da Central Globo de Negócios Internacionais.
Os programas da Globo à venda no evento, entre eles a novela "Cama de Gato" e a série "Força-Tarefa", não trazem conteúdo para outras mídias. "Esse mercado ainda não está resolvido no Brasil. O que fazemos é trabalhar com formatos, como 'Retrato Falado', com sugestão para multiplataforma", diz.
Kiko Mistrorigo, da produtora TV PinGuim, criadora do desenho "Peixonauta", ficou empolgado com as oportunidades que os tablets, segundo ele, abrem ao mercado de TV, em especial o infantil.
"Um aplicativo no iPad aumenta a divulgação de um programa de TV e amplia a relação do público com a marca" afirma ele, que foi a Cannes também como vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de TV.
Para o diretor artístico e de programação da Band, Hélio Vargas, também chamou a atenção a procura por conteúdo "on-demand" (pelo controle remoto, o espectador escolhe o que ver e quando).
"As empresas de vídeo estão comprando todos os tipos de produtos sem pedir exclusividade. Dá para notar que precisam fazer um catálogo rapidamente", diz.
Ele conta que distribuidores da China e da Rússia lhe perguntaram sobre conteúdos brasileiros. "Querem novelas, séries, documentários etc. A Band chegou a vender para essas empresas", diz.

E O 3D?
A TV 3D, que no ano passado foi vista com muita desconfiança, neste Mipcom surgiu como vedete. Debates em torno da tecnologia de transmissão e da produção em 3D ocuparam um dia inteiro da programação.
As apostas aumentam na medida em que surgem os primeiros aparelhos que não precisam dos óculos.
Mas ainda há uma pulga atrás da orelha de TVs e produtores brasileiros.
"Temos de investir na TV 3D, mas não sei se ela fará parte do dia a dia ou se servirá para programas mais específicos", diz Scalamandré.


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