São Paulo, sexta, 9 de outubro de 1998

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TELEVISÃO
Lucinha de Carolina Ferraz ilumina "Pecado"

TELMO MARTINO
Colunista da Folha

A impressão que se tem é de que "Pecado Capital' foi uma espécie de "E o Vento Levou" em sua primeira versão, em 1976.
O pessoal mais antigo anda muito ciumento de toda e qualquer imagem que a novela teve. Dizem, por exemplo, que o Carlão de Francisco Cuoco foi seu maior momento em décadas de televisão.
Eduardo Moscovis anda muito preocupado com a mala de dinheiro que deixaram no banco de trás de seu táxi para querer comparar cenhos cerrados com o ator da versão anterior. Além disso, tem a namorada Lucinha (Carolina Ferraz!!!), que interrompe de vez essa bobagem de comparações.
Tudo indicava ser indispensável uma homenagem ao Carlão Cuoco, agora envelhecido. Um próspero homem de negócios, com uma rede de supermercados e outros negócios no patrimônio, Carlão Cuoco foi homenageado por seus funcionários com uma placa de ouro repleta de louvores endomingados. Teve até furtiva lágrima de Sueli Franco.
Logo depois, o fracasso. Nenhum dos filhos foi ao jantar que comemorava a condição sexagenária do pai. A governanta Zilka Salaberry estava uma pilha de nervos. Deve ter até pensado em chamar a Emília para compensar essa escassez total de pó de pirlimpimpim.
O motorista cheio de dinheiro do Carlão Moscovis não dá saudade de qualquer antecessor. É um personagem que coloca todos os pobretões do mundo dentro dos seus sapatos, numa aflição de tantos arrepios.
E até que o pai que o Roberto Bonfim faz é um ótimo companheiro. Não vão fazer festa para os 60 do Robertão? Tem que ser logo, porque Carolina Ferraz não vai deixar tempo ou espaço para ninguém.
Como a suburbana que abafou o subúrbio de Marechal Hermes, ela foi um espalhafato.
Depois que ela apareceu com aquela blusinha amarrada na cintura, cabelo solto e argolas nas orelhas, a turma da Central está querendo brigar. Por que só Marechal Hermes merece toda essa belezura?
Eles não sabem que o país todo vai recuperar o esplendor. Com aquelas fotos do publicitário interpretado pelo Alexandre Borges, até no Brasil bonito não vai ter gente na janela. Solta um daqueles seus sorrisos cheios de alegria e felicidade.
Carolina Ferraz é aquela chuva de estrelas que sempre se soube que existia. Acorda Cole Porter, tem gente "top" outra vez no pedaço.



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