São Paulo, Terça-feira, 09 de Novembro de 1999
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CHRIS CORNELL

LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada

Você deve tentar a sorte com o primeiro disco solo de Chris Cornell, que está sendo lançado em edição brasileira. "Euphoria Morning" é um disco que caminha a todo tempo na linha limítrofe do admirável e do descartável. E o lado em que a balança vai pender dependerá do gosto do freguês.
Cornell, é necessário lembrar, emprestou sua extraordinária voz ao Soundgarden, banda de Seattle que ajudou o rock a fazer história nesta década, junto de pares com Nirvana e Pearl Jam.
Durante os dez anos do Soundgarden, Cornell arrebanhou um séquito de garotos para a frente do palco, que chacoalhavam a cabeça para acompanhar uma das melhores combinações de guitarra e voz que o hard rock já proporcionou.
Mas o que denuncia a atual fase de Chris Cornell e dá o toque do que é esse disco solo está no seguinte detalhe: os ingressos para os shows em que o ex-ídolo grunge mostra seu novo trabalho tem assentos marcados. É para ver sentado.
"Euphoria Morning" mostra um Cornell que foi de pop star da molecada a um cantor maduro, sério, mais comportado, para todas as idades. Em tudo o que isso carrega de bom e ruim.
O álbum é uma coleção de boas, mas previsíveis canções melosas construídas especialmente, parece, para Cornell desfilar sua poderosa voz.
O carro-chefe do disco é a primeira música, "Can't Change me", que está longe de arranhar o passado do rapaz. Mas a música perde seu charme quando o disco está para acabar e entra uma outra versão dela, agora em francês.
No mais, "Flutter Girl" e "Preaching the End of the World" podem ser categorizadas como "sensíveis". E o restante do álbum não vai fazer ninguém botar uma camisa de flanela nem formar uma banda.
É muito pouco para a história de Cornell.

Avaliação:   


Disco: Euphoria Morning
Artista: Chris Cornell
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 20, em média


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