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LIVRO/LANÇAMENTO
Sai novo volume de "Musashi"
ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio
Com o lançamento de "Musashi", há pouco mais de dois
meses, a editora Estação Liberdade experimentou um sucesso comercial com o qual não
estava acostumada e chegou a
figurar em algumas listas de
best sellers. Com a chegada
amanhã às livrarias do segundo volume das aventuras do
maior samurai da história japonesa, a editora espera repetir
as boas vendagens.
O primeiro volume da obra
de Eiji Yoshikawa teve uma tiragem inicial de 4.000 exemplares, que se esgotou em menos de um mês, exigindo uma
segunda impressão com a mesma quantidade. O segundo volume também chega às livrarias com 4.000 unidades.
O sucesso do livro está em
sua estrutura de folhetim. Junto a isso, utiliza uma trama
simples e muitas cenas de ação,
temas semelhantes aos encontrados em filmes baratos de artes marciais.
Embora as 924 páginas do
primeiro volume e as 888 do segundo assustem, "Musashi"
está longe de ser uma leitura difícil. Mistura romances impossíveis e situações rocambolescas para ir prendendo a atenção do espectador. "Não é uma
história intelectualizada. É
uma aventura épica", define
Angel Bojadsen, diretor editorial da Liberdade.
A história começou a ser publicada em um jornal japonês
na segunda metade dos anos
40, logo após a derrota do Japão na Segunda Guerra. "O povo japonês estava desorientado
e precisava de um herói. Musashi era isso", conta a tradutora do livro, Leiko Gokoda, 58.
A história de Musashi começa quando ele, aos 18 anos,
acorda no meio de uma pilha
de corpos após ter lutado como
soldado na batalha de Sekigahara, um dos conflitos entre os
shoguns do Japão feudal.
O livro narra a sua transformação de um guerreiro selvagem em um sábio que não dava
importância ao luxo. A velhice
do herói não é mostrada -o
volume dois termina com Musashi com 28 anos, mas ele viveu até pelo menos os 60.
O samurai viveu presumivelmente entre 1584 e 1645 e, segundo Gokoda, é o único personagem real do livro. "Quase
todos os coadjuvantes são invenções do autor. Ele se esmerou na descrição dos costumes,
armas e vestuários. Mas mitificou Musashi."
Gokoda diz que investiu cerca de cinco anos de sua vida na
tradução do livro direto do japonês porque queria que seus
filhos tivessem algum contato
com a cultura japonesa.
"Tive filhos bem brasileiros
que não conseguiam entender
o meu rigor em sua educação.
Achei que "Musashi" seria um
canal de comunicação deles
com os costumes dos meus ancestrais", explica.
Livro: Musashi
Autor: Eiji Yoshikawa
Tradução: Leiko Gokoda
Editora: estação Liberdade (0/xx/11/
3661-2881)
Quanto: vols.1 e 2 (com 924 e 888
páginas, respectivamente), R$ 48,
cada
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