São Paulo, Terça-feira, 09 de Novembro de 1999
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LIVRO/LANÇAMENTO
Sai novo volume de "Musashi"

ALEXANDRE MARON
da Sucursal do Rio

Com o lançamento de "Musashi", há pouco mais de dois meses, a editora Estação Liberdade experimentou um sucesso comercial com o qual não estava acostumada e chegou a figurar em algumas listas de best sellers. Com a chegada amanhã às livrarias do segundo volume das aventuras do maior samurai da história japonesa, a editora espera repetir as boas vendagens.
O primeiro volume da obra de Eiji Yoshikawa teve uma tiragem inicial de 4.000 exemplares, que se esgotou em menos de um mês, exigindo uma segunda impressão com a mesma quantidade. O segundo volume também chega às livrarias com 4.000 unidades.
O sucesso do livro está em sua estrutura de folhetim. Junto a isso, utiliza uma trama simples e muitas cenas de ação, temas semelhantes aos encontrados em filmes baratos de artes marciais.
Embora as 924 páginas do primeiro volume e as 888 do segundo assustem, "Musashi" está longe de ser uma leitura difícil. Mistura romances impossíveis e situações rocambolescas para ir prendendo a atenção do espectador. "Não é uma história intelectualizada. É uma aventura épica", define Angel Bojadsen, diretor editorial da Liberdade.
A história começou a ser publicada em um jornal japonês na segunda metade dos anos 40, logo após a derrota do Japão na Segunda Guerra. "O povo japonês estava desorientado e precisava de um herói. Musashi era isso", conta a tradutora do livro, Leiko Gokoda, 58.
A história de Musashi começa quando ele, aos 18 anos, acorda no meio de uma pilha de corpos após ter lutado como soldado na batalha de Sekigahara, um dos conflitos entre os shoguns do Japão feudal.
O livro narra a sua transformação de um guerreiro selvagem em um sábio que não dava importância ao luxo. A velhice do herói não é mostrada -o volume dois termina com Musashi com 28 anos, mas ele viveu até pelo menos os 60.
O samurai viveu presumivelmente entre 1584 e 1645 e, segundo Gokoda, é o único personagem real do livro. "Quase todos os coadjuvantes são invenções do autor. Ele se esmerou na descrição dos costumes, armas e vestuários. Mas mitificou Musashi."
Gokoda diz que investiu cerca de cinco anos de sua vida na tradução do livro direto do japonês porque queria que seus filhos tivessem algum contato com a cultura japonesa.
"Tive filhos bem brasileiros que não conseguiam entender o meu rigor em sua educação. Achei que "Musashi" seria um canal de comunicação deles com os costumes dos meus ancestrais", explica.


Livro: Musashi Autor: Eiji Yoshikawa Tradução: Leiko Gokoda
Editora: estação Liberdade (0/xx/11/ 3661-2881) Quanto: vols.1 e 2 (com 924 e 888 páginas, respectivamente), R$ 48, cada


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