São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2004

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FILMES

Tentação Fatal
Globo, 15h40.
 
(Teaching Mrs. Tingle). EUA, 1999, 96 min. Direção: Kevin Williamson. Com Helen Mirren, Katie Holmes. Mrs. Tingle é professora de história e terror dos seus alunos, inclusive Lee Ann, que para ganhar bolsa na universidade precisa do beneplácito da professora. Ela e seus colegas tentarão dar um jeito nas coisas. Estréia na direção de Kevin Williamson ("Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão Passado"), roteirista bem-sucedido.

A Senha: Swordfish
SBT, 22h30.
 
(Swordfish). EUA, 2001, 99 min. Direção: Dominic Sena. Com John Travolta, Halle Berry. Travolta é o superespião do futuro cuja missão é trazer um hacker que acabou de sair da cadeia para armar um roubo milionário. De Sena convém não esperar muito.

Intercine
Globo, 1h25.

"Vestígio do Inferno (2001, de Mikael Salomon, com James Caan, Robert Sean Leonard) e "A Casa das Almas Perdidas" (1991, de Robert Mandell, com Sally Kirkland, Jeffrey DeMunn) são os candidatos a passar na terça.

Férias de Amor
Globo, 3h.
   
(Picnic). EUA, 1955, 113 min. Direção: Joshua Logan. Com William Holden, Kim Novak, Rosalind Russell. Num feriado, numa cidadezinha do Kansas, Madge (Novak) prepara-se para ser coroada como a mais bela garota da cidade. No mesmo dia, chega por trem o forasteiro Hal Carter (Holden). Carter é um fracassado, mas é sedutor. Seu encontro com Novak vai abalar a rotina provinciana do local. Na época, um fenômeno em termos de erotismo. E, segundo Logan, a tentativa de fazer um filme sobre "a solidão dos belos", e não das pessoas feitas. Hoje, pode-se ver com clareza que Logan não era um diretor assim tão bom. Mas o filme vale.

Herança Mortal
SBT, 3h.
 
(Legacy of Sin: The William Coit Story). EUA, 1995. Direção: Steven Schachter. Com Neil Patrick, Bonnie Bedelia, Meredith Salenger. Coit é o jovem que começa a desconfiar que sua mãe talvez não seja quem ele pensava. Ao investigar a morte de seu pai, quando era adolescente, perceberá que a mãe tem muito mais a ver com isso do que se imaginaria. Drama familiar a caráter para virar telefilme. (IA)

A secretária e seu tempo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que terá acontecido entre o momento em que "Uma Secretária de Futuro" (Telecine Emotion, 21h) foi feito e nós?
O filme é de 1988 e nele Melanie Griffith faz a secretária arrivista, disposta a tudo para subir na vida. Mike Nichols não a trata com a simpatia devida às heroínas, e isso é o que hoje pode soar estranho.
Será que foi a queda do muro de Berlim que precipitou as coisas? Talvez. O certo é que desde os neoliberais anos 90 o arrivismo parece ter se tornado não só virtude como obrigação.
Talvez estejamos falando de um filme anacrônico. Pois, a não existir outro valor no mundo senão o triunfo e a boa posição no mundo, a "Secretária" não faz sentido. Não seria mais, apenas, uma secretária de futuro, mas, sobretudo, uma secretária do futuro.

ENTREVISTA

Milton Gonçalves dá exemplo ao cinema

DA REDAÇÃO

Quem acompanha o mundo do cinema já deve ter ouvido tudo o que o ator Milton Gonçalves conta a Selton Mello nesta entrevista feita para o programa "Tarja Preta". E de sua própria boca.
Quase tudo o que está ali já foi dito, por exemplo, em seu discurso de agradecimento ao Kikito de melhor ator no Festival de Gramado, em agosto passado: sua idéia de exemplo para os afro-descendentes e a dívida que mantém com o teatro de Arena...
A conversa serve mais como registro de sua carreira, que reúne mais de 50 longas, além das participações em novelas e no teatro. Cronológico, o bate-papo começa em seu primeiro filme, "O Grande Momento" (1958), de Roberto Santos, quando pensava em "melhorar o país" através da arte, e chega até "Rainha Diaba" (1974), de Antonio Carlos Fontoura.
Neste último, faz o papel inspirado na biografia de Madame Satã, malandro carioca e homossexual -revivido mais tarde em longa de Karim Aïnouz. "Vários atores que tinham sido convidados para o papel correram da raia", ele conta. Ao aceitar protagonizar o filme, impôs uma condição: "Quis consultar meu filho, então com oito, nove anos, porque ele é quem ia sofrer as conseqüências disso na escola". Com o consentimento, partiu para o estudo do personagem. "Andei pela Lapa, enveredei pela psicologia... Só não cheguei ao fato final", ri.
Infelizmente, não há menção a um dos grandes sucessos de Milton Gonçalves: "Macunaíma" (1969), o que talvez possa ser explicado pela duração do programa, de apenas meia hora.
Um dos momentos mais interessantes está na declaração de amor à arte: "Ali eu abro minha caixa de horrores, abro minha caixa de ferramentas, e procuro botar em meus personagens o que tenho de melhor e de pior. Os personagens são tesouros meus".
Ao final, é sabatinado pelo "questionário Tarja Preta", mas foge da maioria das polêmicas.


TARJA PRETA. Quando: amanhã, às 23h, no Canal Brasil (reapresentações quinta, às 16h30, e sexta, à 1h e às 19h).


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