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FILMES
Tentação Fatal
Globo, 15h40.
(Teaching Mrs. Tingle). EUA, 1999, 96
min. Direção: Kevin Williamson. Com
Helen Mirren, Katie Holmes. Mrs. Tingle é
professora de história e terror dos seus
alunos, inclusive Lee Ann, que para
ganhar bolsa na universidade precisa do
beneplácito da professora. Ela e seus
colegas tentarão dar um jeito nas coisas.
Estréia na direção de Kevin Williamson
("Eu Sei o que Vocês Fizeram no Verão
Passado"), roteirista bem-sucedido.
A Senha: Swordfish
SBT, 22h30.
(Swordfish). EUA, 2001, 99 min. Direção:
Dominic Sena. Com John Travolta, Halle
Berry. Travolta é o superespião do futuro
cuja missão é trazer um hacker que
acabou de sair da cadeia para armar um
roubo milionário. De Sena convém não
esperar muito.
Intercine
Globo, 1h25.
"Vestígio do Inferno (2001, de Mikael
Salomon, com James Caan, Robert Sean
Leonard) e "A Casa das Almas Perdidas"
(1991, de Robert Mandell, com Sally
Kirkland, Jeffrey DeMunn) são os
candidatos a passar na terça.
Férias de Amor
Globo, 3h.
(Picnic). EUA, 1955, 113 min. Direção:
Joshua Logan. Com William Holden, Kim
Novak, Rosalind Russell. Num feriado,
numa cidadezinha do Kansas, Madge
(Novak) prepara-se para ser coroada
como a mais bela garota da cidade. No
mesmo dia, chega por trem o forasteiro
Hal Carter (Holden). Carter é um
fracassado, mas é sedutor. Seu encontro
com Novak vai abalar a rotina
provinciana do local. Na época, um
fenômeno em termos de erotismo. E,
segundo Logan, a tentativa de fazer um
filme sobre "a solidão dos belos", e não
das pessoas feitas. Hoje, pode-se ver com
clareza que Logan não era um diretor
assim tão bom. Mas o filme vale.
Herança Mortal
SBT, 3h.
(Legacy of Sin: The William Coit Story).
EUA, 1995. Direção: Steven Schachter.
Com Neil Patrick, Bonnie Bedelia,
Meredith Salenger. Coit é o jovem que
começa a desconfiar que sua mãe talvez
não seja quem ele pensava. Ao investigar
a morte de seu pai, quando era
adolescente, perceberá que a mãe tem
muito mais a ver com isso do que se
imaginaria. Drama familiar a caráter para
virar telefilme.
(IA)
A secretária e seu tempo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
O que terá acontecido entre o momento em que
"Uma Secretária de Futuro" (Telecine Emotion, 21h)
foi feito e nós?
O filme é de 1988 e nele
Melanie Griffith faz a secretária arrivista, disposta a tudo para subir na vida. Mike
Nichols não a trata com a
simpatia devida às heroínas, e isso é o que hoje pode
soar estranho.
Será que foi a queda do
muro de Berlim que precipitou as coisas? Talvez. O
certo é que desde os neoliberais anos 90 o arrivismo
parece ter se tornado não só
virtude como obrigação.
Talvez estejamos falando
de um filme anacrônico.
Pois, a não existir outro valor no mundo senão o
triunfo e a boa posição no
mundo, a "Secretária" não
faz sentido. Não seria mais,
apenas, uma secretária de
futuro, mas, sobretudo,
uma secretária do futuro.
ENTREVISTA
Milton Gonçalves dá exemplo ao cinema
DA REDAÇÃO
Quem acompanha o mundo do
cinema já deve ter ouvido tudo o
que o ator Milton Gonçalves conta a Selton Mello nesta entrevista
feita para o programa "Tarja Preta". E de sua própria boca.
Quase tudo o que está ali já foi
dito, por exemplo, em seu discurso de agradecimento ao Kikito de
melhor ator no Festival de Gramado, em agosto passado: sua
idéia de exemplo para os afro-descendentes e a dívida que mantém com o teatro de Arena...
A conversa serve mais como registro de sua carreira, que reúne
mais de 50 longas, além das participações em novelas e no teatro.
Cronológico, o bate-papo começa
em seu primeiro filme, "O Grande
Momento" (1958), de Roberto
Santos, quando pensava em "melhorar o país" através da arte, e
chega até "Rainha Diaba" (1974),
de Antonio Carlos Fontoura.
Neste último, faz o papel inspirado na biografia de Madame Satã, malandro carioca e homossexual -revivido mais tarde em
longa de Karim Aïnouz. "Vários
atores que tinham sido convidados para o papel correram da
raia", ele conta. Ao aceitar protagonizar o filme, impôs uma condição: "Quis consultar meu filho,
então com oito, nove anos, porque ele é quem ia sofrer as conseqüências disso na escola". Com o
consentimento, partiu para o estudo do personagem. "Andei pela
Lapa, enveredei pela psicologia...
Só não cheguei ao fato final", ri.
Infelizmente, não há menção a
um dos grandes sucessos de Milton Gonçalves: "Macunaíma"
(1969), o que talvez possa ser explicado pela duração do programa, de apenas meia hora.
Um dos momentos mais interessantes está na declaração de
amor à arte: "Ali eu abro minha
caixa de horrores, abro minha
caixa de ferramentas, e procuro
botar em meus personagens o que
tenho de melhor e de pior. Os personagens são tesouros meus".
Ao final, é sabatinado pelo
"questionário Tarja Preta", mas
foge da maioria das polêmicas.
TARJA PRETA. Quando: amanhã, às 23h,
no Canal Brasil (reapresentações quinta,
às 16h30, e sexta, à 1h e às 19h).
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