|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rumos compila 50 artistas e tenta montar base para novos músicos
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Formação, difusão, articulação
e produção são palavras freqüentes na conversa com Edson Natale, gerente do núcleo de música do
Itaú Cultural e coordenador da
parte musical do programa Rumos do Itaú Cultural, que tem como meta dar apoio e estrutura a
projetos artísticos e de pesquisa.
Não por acaso, essas são as quatro bases do projeto Rumos, que
em sua atual edição musical chega
agora a uma etapa crucial: o lançamento de uma caixa com nove
CDs (dois de audioficções), trazendo músicas de 50 artistas selecionados pela comissão julgadora
(gravadora MCD, R$ 149). Hoje,
às 20h, acontece na Fnac Pinheiros (pça dos Omaguás, 34, tel. 0/
xx/11/4501-3000) um bate-papo
sobre o lançamento.
Em 2006 o Rumos pretende lançar ainda cinco DVDs contendo
entrevistas e apresentações dos
artistas, filmadas na sede do instituto, na avenida Paulista.
De acordo com o coordenador
do projeto, o mais importante de
todo o Rumos não é apenas dar
destaque para os artistas ou evidenciá-los com shows, lançamentos de CDs etc, mas ajudá-los a ter
uma base e manter uma carreira,
saber se virar no mundo artístico,
em todos os sentidos.
Sustentação
"A idéia é não artificializar o
mundo real", diz Natale. "Por isso
o Rumos não dá prêmio em dinheiro nem privilegia trabalhos
inéditos. A gente não quer colocar
o artista em um lugar em que,
quando sairmos, ele vá se esborrachar. Queremos oferecer possibilidades de articulação em um
sentido mais amplo, ser combustível, colaborar com o amadurecimento de carreiras."
A proposta é interessante e inovadora exatamente em sua conceitualização. Mais do que juntar
no mesmo projeto artistas com
apenas um disco e outros com 60
anos de carreira -todos com
mais ou menos o mesmo nível de
qualidade-, o Rumos quer criar
uma base em que possam todos se
apoiar. "Nós temos que pensar
em uma infra-estrutura necessária, independente de gênero", observa Natale.
Assim, há espaço dentro do Rumos para desde o indígena Lillíssacar à banda pernambucana
Mombojó, passando pelo eletrônico Chico Correa e pelo compositor de 85 anos Antônio Vieira,
sem falar em orquestras, bandas
de pífanos, instrumentistas e experimentalistas variados.
Como diz o velho ditado, mais
bacana é ensinar a pescar do que
simplesmente dar o peixe.
Texto Anterior: Trash Pour 4 recicla "lixo" do pop Próximo Texto: Erudito: Banda Sinfônica interpreta ópera cômica de Donizetti no São Pedro Índice
|