São Paulo, quarta-feira, 09 de novembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Rumos compila 50 artistas e tenta montar base para novos músicos

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Formação, difusão, articulação e produção são palavras freqüentes na conversa com Edson Natale, gerente do núcleo de música do Itaú Cultural e coordenador da parte musical do programa Rumos do Itaú Cultural, que tem como meta dar apoio e estrutura a projetos artísticos e de pesquisa.
Não por acaso, essas são as quatro bases do projeto Rumos, que em sua atual edição musical chega agora a uma etapa crucial: o lançamento de uma caixa com nove CDs (dois de audioficções), trazendo músicas de 50 artistas selecionados pela comissão julgadora (gravadora MCD, R$ 149). Hoje, às 20h, acontece na Fnac Pinheiros (pça dos Omaguás, 34, tel. 0/ xx/11/4501-3000) um bate-papo sobre o lançamento.
Em 2006 o Rumos pretende lançar ainda cinco DVDs contendo entrevistas e apresentações dos artistas, filmadas na sede do instituto, na avenida Paulista.
De acordo com o coordenador do projeto, o mais importante de todo o Rumos não é apenas dar destaque para os artistas ou evidenciá-los com shows, lançamentos de CDs etc, mas ajudá-los a ter uma base e manter uma carreira, saber se virar no mundo artístico, em todos os sentidos.

Sustentação
"A idéia é não artificializar o mundo real", diz Natale. "Por isso o Rumos não dá prêmio em dinheiro nem privilegia trabalhos inéditos. A gente não quer colocar o artista em um lugar em que, quando sairmos, ele vá se esborrachar. Queremos oferecer possibilidades de articulação em um sentido mais amplo, ser combustível, colaborar com o amadurecimento de carreiras."
A proposta é interessante e inovadora exatamente em sua conceitualização. Mais do que juntar no mesmo projeto artistas com apenas um disco e outros com 60 anos de carreira -todos com mais ou menos o mesmo nível de qualidade-, o Rumos quer criar uma base em que possam todos se apoiar. "Nós temos que pensar em uma infra-estrutura necessária, independente de gênero", observa Natale.
Assim, há espaço dentro do Rumos para desde o indígena Lillíssacar à banda pernambucana Mombojó, passando pelo eletrônico Chico Correa e pelo compositor de 85 anos Antônio Vieira, sem falar em orquestras, bandas de pífanos, instrumentistas e experimentalistas variados.
Como diz o velho ditado, mais bacana é ensinar a pescar do que simplesmente dar o peixe.


Texto Anterior: Trash Pour 4 recicla "lixo" do pop
Próximo Texto: Erudito: Banda Sinfônica interpreta ópera cômica de Donizetti no São Pedro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.