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HOMENAGEM
Ensaísta tem seu "O Tupi e o Alaúde" relançado em evento no MIS
Debate celebra "dona" Gilda
CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Há muitos anos a ensaísta Gilda
de Mello e Souza vem sendo chamada carinhosamente de "dona"
Gilda. Não é um "dona" qualquer.
Aos 84 anos, a crítica de arte, escritora, professora de estética é
"dona" de uma trajetória exemplar no humanismo brasileiro.
É essa "propriedade" intelectual
o mote de uma homenagem a ela,
programada para esta noite, em
São Paulo. Aproveitando o relançamento de um dos trabalhos
mais importantes da autora, "O
Tupi e o Alaúde" (1979), será realizada hoje no Museu da Imagem
e do Som uma mesa-redonda em
homenagem a ela.
O debate reúne Augusto Massi,
Maria Augusta Fonseca e José Miguel Wisnik, não por acaso três
professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
(FFLCH, ou "fefeleche") da USP.
Foi nela que Gilda de Mello e Souza "se fez" e fez tantos outros.
A USP foi criada em 1935. "Dona" Gilda se formou em filosofia
em 1940. Três anos depois, a aluna
já era professora-assistente, braço
direito do sociólogo francês Roger Bastide -que orientou sua tese "A Moda no Século 19", de 52.
Depois professora de estética,
mestra de intelectuais à Paulo
Arantes e Bento Prado Jr., a ensaísta, mulher do crítico Antonio
Candido, não ficou no limite da filosofia. "O Tupi e o Alaúde", leitura de "Macunaíma", do parente
Mário de Andrade, é prova de seu
ecletismo -e sua originalidade.
"Sou um tupi tangendo um
alaúde", escreveu Mário em "Paulicéia Desvairada". E ela tira dessa
única frase duas teses fortes: a de
que "Macunaíma" também é música ("retoma o processo compositivo da música popular") e o debate da migração de formas populares européias (o alaúde) para
a visão brasileira (o tupi). É só um
exemplo. Uma das muitas idéias
celebradas hoje das quais Gilda de
Mello e Souza foi (e é) "dona"
HOMENAGEM A GILDA DE MELLO E
SOUZA. Quando: hoje, às 19h30. Onde:
MIS (av. Europa, 158, São Paulo, tel. 0/
xx/11/ 3064-6827). Quanto: grátis.
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