TEREZA NOVAES
DA REPORTAGEM LOCAL

Não é somente a pesquisa do CNI/Ibope, divulgada anteontem, que aponta alta na popularidade do presidente Lula. Ele continua fazendo sucesso também como personagem de cinema.
Depois de ser tema dos documentários "Entreatos", de João Moreira Salles, e "Peões", de Eduardo Coutinho, ambos em cartaz, o presidente deve voltar às telas em 2005.
O responsável pelo novo projeto é o cineasta Luiz Carlos Barreto, que classifica seu filme como um "docudrama".
Com base na biografia "Lula, o Filho do Brasil", de Denise Paraná (editora Perseu Abramo), o longa deve enfocar o período que vai do nascimento de Lula, em Caetés (PE), até os momentos que antecederam a fundação do PT.
A autora trabalha na adaptação da obra, e as gravações estão previstas para acontecer a partir de abril do ano que vem.
"A idéia da Denise é mostrar o Lula a partir do ponto de vista da mãe dele. Dona Lindu é a grande heroína dessa história", explica Barreto.
Dessa forma, a produção pode servir complemento aos documentários, que tratam de episódios mais recentes da biografia do presidente. "Entreatos" aborda o cotidiano de Lula durante os últimos dias da campanha de 2002; e "Peões" mostra as greves do ABC a partir dos metalúrgicos que participaram do movimento.
"Ainda não assisti. É o meu programa para o próximo fim de semana. Só tive boas notícias desses filmes, mas o meu é diferente."
O cineasta pretende usar imagens de arquivo e outras que serão captadas pelo Brasil. "Há ainda muitas crianças por aí nas mesmas condições em que ele viveu."
Não haverá atores em cena. A exceção é Fernanda Montenegro, que será a narradora. "Ela não vai ser a mãe, só intervém como a voz dela [dona Lindu]."
O material coletado por Denise para a concepção do livro, entrevistas com Lula, sua mãe e outros parentes devem complementar a narração da atriz.
"Vamos desvendar o ser humano, fazer um mergulho no perfil psicológico. O filme talvez seja um meio de as pessoas conhecerem melhor o Lula", diz Barreto.
Foi a curiosidade, principalmente dos estrangeiros, em torno da vida do presidente que motivou o cineasta a produzir o longa.
"Depois da eleição, quando viajava para o exterior e contava que era brasileiro, as pessoas sempre me perguntavam do Lula. Há um tempo atrás era do Pelé, né?"


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