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Holiday on Ice volta ao país após 12 anos
Inesquecível, embora considerado brega por alguns, show de patinação no gelo foi apresentado no Brasil por quatro décadas
Empresários formam nova empresa de entretenimento e declaram investir cerca de R$ 20 milhões para realizar a turnê brasileira em 2008
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No calorão de março, 30 mil
litros de água serão utilizados
em São Paulo para formar uma
pista de patinação no gelo no
ginásio do Ibirapuera.
Sobre ela, irão rodopiar e dar
saltos acrobáticos dezenas de
patinadores do Holiday on Ice,
o consagrado espetáculo criado
há 65 anos nos Estados Unidos,
que retorna ao Brasil em 2008
-12 anos depois da sua última
apresentação no país.
O show foi apresentado em
diversas cidades brasileiras ao
longo de quatro décadas e visto
por cinco milhões de espectadores -ao todo já são 300 milhões, em 620 cidades de 80
países. Em São Paulo, era tradicionalmente realizado no Ibirapuera, que recebia famílias e
ônibus de excursões escolares.
No próximo ano, passará por
dez capitais: além de SP, Brasília, Rio, Curitiba, Porto Alegre,
Salvador, Recife, Fortaleza,
Manaus e Belo Horizonte.
O retorno marca a estréia da
empresa de entretenimento
Imeco, formada por empresários e investidores a fim de concorrer com a Time For Fun (antiga CIE), que trouxe ao Brasil o
Cirque du Soleil, Roger Waters
e "Fantasma da Ópera". Segundo os empresários, a volta do
Holiday acontece em razão da
estabilidade econômica, da
desvalorização do dólar e do
conseqüente boom do mercado
de entretenimento, com a vinda de atrações internacionais.
É o cenário oposto ao de meados dos anos 90, quando o show
sobre o gelo passou a dar prejuízo no Brasil.
A Imeco tem como mentores
Fernando Elimelek, da empresa de entretenimento Playcorp,
que faz o Réveillon da Paulista,
o publicitário Hiran Castello
Branco e o empresário Carlos
Moraes, que conta ser sócio,
entre outros negócios, do badalado restaurante Spot (SP).
Segundo Elimelek, o grupo
deverá investir cerca de R$ 20
milhões na turnê do Holiday no
Brasil -metade de todo o orçamento previsto para 2008.
"Vamos tentar usar leis de incentivo fiscal e contar com patrocinadores para deixar o ingresso mais barato, em torno
de R$ 50 para a arquibancada."
Estão sendo vendidas cotas
de patrocínio de R$ 1 milhão a
R$ 10 milhões, e a Imeco usará
R$ 7 milhões só na divulgação.
Antes de escolher o Holiday
como evento de estréia da empresa, a Imeco fez uma pesquisa para chegar ao nome de um
popular evento internacional.
"Queríamos um espetáculo de
massa. Mais de 90% se lembravam do Holiday e disseram estar dispostos a rever o show e
levar os filhos", diz Elimelek.
No site de relacionamentos
Orkut, há a comunidade "Eu
Fui ao Holiday on Ice", com
mais de 1.300 membros. Seu
criador, o estudante de publicidade Vitor Rebello, 22, assistiu
a duas apresentações, uma com
excursão da escola e outra com
os pais. "Eu me lembro que, na
entrada do ginásio do Ibirapuera, tinha aquelas lanterninhas
de néon para vender", conta.
O Holiday, com aqueles patinadores fantasiados fazendo
piruetas, costuma mesmo ser
inesquecível. Mesmo quem hoje o considera brega tem boas
lembranças do espetáculo, que
trouxe ondas de pistas de patinação no gelo para amadores.
Na década de 80, Elimelek foi
dono de duas delas, uma no
shopping Ibirapuera, em São
Paulo, e outra no Rio Sul, na capital carioca. A turnê do Holiday, somada à quarta temporada da "Dança no Gelo", do "Domingão do Faustão" (também
prevista para o ano que vem),
deve trazer de volta a mania,
que já tem muitos fãs no Rio.
"Estamos conversando com
pessoas interessadas em montar pistas", conta Elimelek.
Volta ao mundo
O Holiday foi criado em 1943
em um hotel de Ohio, nos Estados Unidos. Em 99, foi comprado pelo grupo holandês Joop
Van den Ende, que deu origem
à Endemol, do "Big Brother".
Atualmente, possui diferentes shows em cartaz na Alemanha, França, Holanda, Inglaterra, Bélgica, Áustria, Dinamarca
e em Portugal. Para o Brasil, virá "Pernalonga no Gelo - A Volta ao Mundo em 80 Minutos",
inspirado em Júlio Verne. "Minha preocupação era atrair as
escolas. Por isso, optamos por
esse espetáculo, que passa por
diferentes culturas e países, inclusive o Brasil. Já estou desenvolvendo um trabalho para organizar excursões escolares."
Serão 52 patinadores, de 19
diferentes nacionalidades
-nenhum brasileiro- que irão
aportar em São Paulo para congelar as águas de março.
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