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ARTES PLÁSTICAS
Feira em Miami tem "artistas de cinema" e "bolha brasileira"
SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL
No Facebook, um rapaz
que trabalha numa grande
galeria paulistana postou
que "arte é a nova cocaína".
Talvez tenha a ver com o
balanço final da Art Basel
Miami Beach, a maior feira
de arte das Américas, encerrada no último domingo, em
Miami, tachada de "sucesso"
por galeristas que estiveram
lá -neste ano, aliás, 12 galerias brasileiras, número recorde, participaram da feira.
"Passou aquele clima de
crise do ano passado", diz a
galerista Luciana Brito. "É
uma diferença brutal."
Em média, galerias brasileiras dizem ter vendido cerca de 60% das obras que levaram a Miami, aumento em
relação aos resultados do ano
passado, mas ainda distante
dos ditos anos de euforia.
"Não existe mais a compra
impulsiva, isso acabou", analisa André Millan, da galeria
Millan. "As pessoas estudam
muito e pensam dez vezes
antes de fechar o negócio,
então o ritmo é outro."
Também mudou o perfil
do colecionador. Vieram menos europeus, mais norte-americanos, alguns "artistas
de cinema", como frisou uma
galerista, e muitos brasileiros. "As galerias estrangeiras
estão dizendo que nunca viram tanto brasileiro por
aqui", diz a marchand Raquel
Arnaud, por telefone, de
Miami. "Eles até apelidaram
isso de bolha brasileira."
E são brasileiros atrás de
brasileiros. Entre as vendas
de maior destaque estão
obras de Waltercio Caldas,
Sergio Camargo, Luiz Sacilotto, Waldemar Cordeiro,
Cildo Meireles, Geraldo de
Barros e de jovens como
Eduardo Berliner, Camila
Sposati e Mariana Palma.
Enquanto o mercado internacional, na opinião de
galeristas ouvidos pela Folha, ainda se recupera, o
mercado interno mostra
uma força inédita. Galeristas
dizem que, desde a recessão
econômica, o faturamento
caiu em vendas no exterior e
tem aumentado no Brasil.
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