São Paulo, quarta-feira, 09 de dezembro de 2009

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ARTES PLÁSTICAS

Feira em Miami tem "artistas de cinema" e "bolha brasileira"

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

No Facebook, um rapaz que trabalha numa grande galeria paulistana postou que "arte é a nova cocaína".
Talvez tenha a ver com o balanço final da Art Basel Miami Beach, a maior feira de arte das Américas, encerrada no último domingo, em Miami, tachada de "sucesso" por galeristas que estiveram lá -neste ano, aliás, 12 galerias brasileiras, número recorde, participaram da feira.
"Passou aquele clima de crise do ano passado", diz a galerista Luciana Brito. "É uma diferença brutal."
Em média, galerias brasileiras dizem ter vendido cerca de 60% das obras que levaram a Miami, aumento em relação aos resultados do ano passado, mas ainda distante dos ditos anos de euforia.
"Não existe mais a compra impulsiva, isso acabou", analisa André Millan, da galeria Millan. "As pessoas estudam muito e pensam dez vezes antes de fechar o negócio, então o ritmo é outro."
Também mudou o perfil do colecionador. Vieram menos europeus, mais norte-americanos, alguns "artistas de cinema", como frisou uma galerista, e muitos brasileiros. "As galerias estrangeiras estão dizendo que nunca viram tanto brasileiro por aqui", diz a marchand Raquel Arnaud, por telefone, de Miami. "Eles até apelidaram isso de bolha brasileira."
E são brasileiros atrás de brasileiros. Entre as vendas de maior destaque estão obras de Waltercio Caldas, Sergio Camargo, Luiz Sacilotto, Waldemar Cordeiro, Cildo Meireles, Geraldo de Barros e de jovens como Eduardo Berliner, Camila Sposati e Mariana Palma.
Enquanto o mercado internacional, na opinião de galeristas ouvidos pela Folha, ainda se recupera, o mercado interno mostra uma força inédita. Galeristas dizem que, desde a recessão econômica, o faturamento caiu em vendas no exterior e tem aumentado no Brasil.


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