|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PERSONALIDADE
Um dos grandes intelectuais italianos do século 20, professor de Turim tinha 50 livros de política e direito
Morre aos 94 o filósofo Norberto Bobbio
DA REDAÇÃO
Um dos principais filósofos políticos do século 20, o italiano
Norberto Bobbio morreu ontem,
aos 94 anos, por problemas respiratórios e cardíacos.
O professor emérito da Universidade de Turim, cidade na qual
nasceu e morreu, estava internado desde dezembro e entrara em
coma na manhã de ontem.
Autor de mais de 50 livros, boa
parte deles publicados no Brasil,
Bobbio estava lúcido e encerrou
sua bibliografia com reflexões sobre sua vida e sobre a velhice.
Senador vitalício desde 1984, o
autor de livros de impacto, como
"Direita e Esquerda", tinha como
principais matrizes de sua obra a
discussão da guerra e da paz, os
direitos humanos e a democracia.
Suas posições políticas chegaram a levá-lo ao cárcere na juventude. Por sua atuação anti-fascista, Bobbio foi preso em 1935.
"Iluminista pessimista", como
se auto-definia, deixara de opinar
sobre política nos últimos anos.
Nas últimas manifestações, repudiou a vitória de Silvio Berlusconi
para o comando de seu país.
No Brasil, o pensador foi tema
de nota do presidente do PT, José
Genoino, que o qualificou como
"grande fonte de inspiração de toda a esquerda democrática".
Amigo e entusiasta de sua obra,
o ex-chanceler Celso Lafer, que
esteve com Bobbio no dia 30 de
novembro, disse à Folha que o filósofo foi "dos grandes intelectuais da segunda metade do século 20". "Pela clareza da sua reflexão, pelo uso e combinação dos
conceitos e pela discussão que fez
sobre a relação entre democracia,
direitos humanos e paz, exerceu
grande magistério de influência."
Bobbio, que havia perdido a
mulher em 2001, deixou filhos,
netos e bisnetos. Seu enterro será
na segunda, em Turim.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Análise: Hoje meio esquecido, Lalá precisa ser cantado de novo Próximo Texto: Um autor que faz pensar com sintonia fina Índice
|