|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Melhor É Impossível" escapa do clichê
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
Apegado à rotina e avesso ao
convívio social, o obsessivo-compulsivo Melvin Udall (Jack
Nicholson) soa invariavelmente desagradável em "Melhor É Impossível" (A&E, 22h).
Contrariamente à sua vontade, ele se apaixona por Carol
(Helen Hunt), uma garçonete
para lá de otimista, apesar das
(muitas) agruras de sua vida.
O diretor James L. Brooks escapa de derrapar no clichê da
comédia romântica sobre tipos
opostos que se atraem, em
grande parte graças à impecável atuação de Nicholson.
Por mérito do ator, vemos
Udall não como um estereótipo
da patologia, mas como alguém
em luta com suas limitações.
O melhor exemplo disso talvez seja a cena da conquista.
Num jantar supostamente romântico, Udall fere a auto-estima de Carol. Ela exige um elogio que anule a crítica anterior.
Ele diz que, por causa dela,
começou a se medicar. Ela não
entende como isso possa ser
um elogio. Ele esclarece: "Você
me dá vontade de ser uma pessoa melhor". É o desejo que importa, ainda que impossível.
Texto Anterior: Música: Silvério Pessoa mostra força do Recife Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|