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"Houve subutilização de autores", diz autor de "Tempos Modernos"
Bosco Brasil diz que Globo preferiu grupo tradicional em razão da concorrência
DA REPORTAGEM LOCAL
Leia a continuação da entrevista com Bosco Brasil.
(LM)
FOLHA - Como sua geração vive o
conflito entre inovar e manter a tradição, sob a pressão por audiência?
BRASIL - É engraçado, sempre
sou novo autor (risos). Tivemos
um período de subutilização de
autores. Autor é caro, há investimento na formação de longo
prazo. Em grande disputa de
mercado, é complicado arriscar. Muita gente que poderia
assumir novela não assumiu,
foi política da Globo.
Estamos chegando no limite
de autores tradicionais e começamos a assinar novela com
certa idade. Na novela, quero
levar todas as minhas influências. Quando a personagem for
cantora de ópera, quero contar
a história de modo operístico,
testar outras linguagens.
FOLHA - Isso será uma tônica desta
nova geração de autores?
BRASIL - É inevitável. E o público também está mudando. Um
garoto de 18 anos passou parte
da vida vendo desenhos japoneses que são novelões, mas
trazem outros aspectos.
FOLHA - Como fez séries de rádio,
lhe pergunto: A TV não matou o rádio, mas acabou com sua dramaturgia. A internet e novas mídias podem acabar com a teledramaturgia
por oferecer mais recursos à criação?
BRASIL - Quando houve o declínio da dramaturgia no rádio, a
possibilidade de confluência
tecnológica com a TV era muito
baixa. Hoje é diferente. A TV
está se preparando para a confluência. A Globo vai fazer um
trabalho bacana com "Tempos
Modernos" na internet.
Não vai ser só um site, como
o das novelas anteriores. Teremos um morador virtual do
condomínio da novela. O computador, Frank, vai falar com
internautas. A Globo está determinada a investir, criar uma
plataforma que integre o público, com produção de conteúdo.
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