São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2000


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O ATOR
Personagem é um "vulcão"

da Redação


Mais do que a imobilidade física, o que preocupa Aury Porto em cena são as nuanças emocionais do personagem.
Em poucas semanas de ensaio, o ator se diz acostumado com o ombro direito, que dói o tempo todo por causa da postura entre as ferragens.
"Também já estou com uma clavícula mais baixa que a outra", brinca Porto, 32.
Quando procurou Fernando Bonassi em busca de um texto não imaginava que encenaria justamente a primeira peça do autor, corroborada por uma espécie de maldição do papel que outros colegas recusaram.
Nascido em Lavras da Mangabeira (CE) e vivendo há 12 anos em São Paulo, Porto traz em sua formação alguns trabalhos de dança-teatro.
Daí a facilidade em lidar com o mínimo de expressividade em "Preso entre Ferragens".
Ele define o personagem -que não tem nome- como um "vulcão". "Houve uma falha trágica que fez com que ele chegasse naquela situação, um motivo que só ficará muito claro ao longo do espetáculo", afirma.
Para o intérprete, o texto de Bonassi espelha o homem contemporâneo, que vive numa sociedade cindida e violenta.
"Vestido de tanta civilidade, a gente age com violência extrema quando se sente pressionado. É um egoísmo típico de nossa época", acredita.
No ano passado ele atuou em "A Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada" (99), de Gabriel García Márquez, com direção de José Rubens Siqueira. (VS)


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