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Crítica
Cinema põe vila do Texas no centro do mundo
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Estamos em Anarene, pequena cidade do Texas, EUA,
na virada dos anos 50, e o cinema local prepara-se para sua
última sessão.
O cinema está acabando. O
cinema como grande diversão,
capaz de encher salas com mil
lugares, em todo caso. Peter
Bogdanovich pode até lamentá-lo, mas esse não é, por incrível que pareça, o ponto memorável de "A Última Sessão de
Cinema" (Max Prime, 22h).
Mesmo porque Anarene
também parece estar prestes a
ser dizimada. E Anarene é o
centro do mundo. Porque o
centro do mundo é o lugar onde
estamos, fazemos amizade,
amamos e sofremos. O mundo
são as pessoas que conhecemos
e que se tornam referência.
Tanto mais se estamos crescendo, como a garotada do filme. Tanto mais se experiências
profundas vão acontecer, indiferentes à indiferença do universo por Anarene. Um filme
delicado, doce, amargo, de que
a emissora anuncia uma "versão do diretor". Contanto que
não estrague a versão não do diretor, tudo bem.
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