São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2000


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"Eu não queria gravar um CD ao vivo", afirma Zezé Di Camargo

da Reportagem Local

Se alguns gravam CDs ao vivo na tentativa de reeditar sucessos passados, o cantor Zezé Di Camargo, 37, foge à regra: "Eu não queria gravar esse disco, fui o último a ser convencido".
"É idéia da gravadora, do nosso empresário e do próprio Luciano, que achava que era o momento. Fomos mais na onda do "todo mundo". Não porque nossa carreira exige que a gente faça isso. Somos artistas debutantes", diz Zezé, nove anos de carreira.
Galinha dos ovos de ouro da Sony Music -tem um público cativo para o qual vende pelo menos 1,6 milhão de CDs por ano-, o cantor achava que era "cedo demais" para gravar o disco.
"Não tínhamos que correr esse risco. Mas eu não vou ser o único a nadar contra a correnteza. Fui quase obrigado a gravar. Seria uma carta na manga para quando não estivéssemos vendendo tanto", resume o artista.
Alguns dos argumentos da gravadora, porém, foram irrefutáveis: a meta da companhia é vender, no período de 12 meses, 5 milhões de CDs da dupla Zezé Di Camargo & Luciano, somados ao álbum duplo ao vivo, lançado na última semana, os dois discos de carreira, que chegam às lojas tradicionalmente em setembro.
O raciocínio: o disco que está na praça já atingiu 1,6 milhão. O disco ao vivo está saindo com 860 mil. Só que, como conta em duplicidade, dá em torno de 1,72 milhão. São 3,32 milhões.
"Em setembro, a gente sai com o disco de carreira. Geralmente, nosso disco tem saído com 1 milhão antecipado. Esse disco, que está com 1,6 milhão, deve estar na casa de 1,8 milhão. O duplo deve estar tranquilamente na casa de 2,4 milhões. Com o que vai ser lançado, são 5 milhões."
Zezé Di Camargo se diz "triste" com o que chama de vulgarização de dados sobre vendagem no Brasil. "Já vi artistas que vendem 400 mil discos descaradamente dizer que venderam 1 milhão. Hoje, receber um disco de ouro na TV não tem mais aquele valor."
No CD ao vivo, há 26 músicas que resumem sua carreira desde "É o Amor", passando por "Saudade Bandida" (versão acústica) e "Você Vai Ver", chegando às mais recentes "Toma Juízo" (em que o intérprete "brinca" com a voz) e "Pra Não Pensar em Você".
Uma crítica é incluir canções demais do CD de 99: 5 das 15 músicas do lançamento de setembro. Há também as inéditas "Mexe que É Bom" e "Da Boca pra Fora".
Depois de gravado no Olympia, nos dias 22 e 23 de fevereiro, o CD ainda foi trabalho em estúdio. "Das vozes que fizemos, 99% estão no disco. Às vezes você distrai lendo uma faixa, olhando para uma fã que jogou um beijo ou pegando um ursinho no palco. Aí vacila e precisa refazer a frase."
Seu lado compositor já prepara o repertório do próximo CD. O lado intérprete, porém, revela um sonho: regravar canções de Lupcínio Rodrigues. "Tem meu estilo, fala de amor vagabundo." (LPz)

Disco: Zezé Di Camargo & Luciano ao Vivo Gravadora: Sony Music Quanto: R$ 30, em média

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