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Crítica
Kubrick
cria barreiras em "Barry Lyndon"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Há filmes que, quando vê, o
espectador tem vontade de "fazer igual", isto é, fazer filme. Há
outros que, ao contrário, inibem, desanimam.
Dessa segunda categoria,
costumam fazer parte os longas
do diretor Stanley Kubrick, como "Barry Lyndon" (TCM,
0h; 12 anos). São empreitadas
ambiciosas pelo lado intelectual e enormes pelo material.
Aqui, o relato das aventuras
do malandro Barry Lyndon
vem guarnecido do uso audaz
do "steady cam" acompanhando o avanço de um exército
com a câmera junto a um terreno irregular e sem trepidações.
Mais espetacular ainda é o
uso de lentes especiais para
que o filme pudesse ser iluminado à luz de velas. Mais espetacular ou mais maneirista?
De todo modo, Stanley Kubrick, às vezes, nos afasta
um pouco de seu objeto, como
se entre ele e nós se interpusesse a arte.
Nisso, é diferente do diretor
Paul Verhoeven, que, mesmo
num filme cheio de efeitos, como "Tropas Estelares" (Max
Prime, 16h; 12 anos), de 1997,
traz algo do cinema plebeu das
origens.
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