|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRÍTICA
"Hitler no 3º Mundo" intervém na cena nacional dos anos 60
CARLOS ADRIANO
ESPECIAL PARA A FOLHA
C hamar o filme "Hitler no 3º
Mundo" de raro e bizarro talvez não dê o alcance dos estilhaços de sua dimensão. Underground, está à margem do "cinema marginal". Feito em 1968 pelo
inquieto artista-pensador de vanguarda José Agrippino de Paula,
foi outra de suas intervenções na
conturbada e criativa cena nacional dos anos 60.
Em 1966, Agrippino fazia teatro
com o grupo Sonda ("Rito do
Amor Selvagem", "Tarzan 3º
Mundo"). Em 1967, lançou o livro
"PanAmérica", paródia intertextual pop e política, que já trabalhava o imaginário cinematográfico em imagens associativas.
A tela era projeção natural das
idéias do autor, consumadas num
coágulo radical de cacos e signos
sobre o impacto da cultura de
massa na sociedade alienada.
Com ruptura sintática e desbunde marxista, o filme traz ogros
nazistas, samurai antropófago e
monstro de HQs numa alegoria
tropicalista que debate a desrazão
da linguagem. É uma instigante
panorâmica pelo caos da "PanAmérica" apocalíptica.
Hitler no 3º Mundo
Hitler no 3º Mundo
Direção: José Agrippino de Paula
Produção: Brasil, 1968
Quando: hoje, às 14h, no Espaço
Unibanco de Cinema, sala 1
Texto Anterior: Programação de hoje Próximo Texto: Erudito: Música do Quarteto Alban Berg deixa ouvintes sem palavras Índice
|