São Paulo, domingo, 10 de julho de 2005

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Primeiro CD dos Mamonas Assassinas, o disco de estréia mais vendido do Brasil, faz 10 anos

O último fenômeno

Arquivo Pessoal
Os Mamonas Assassinas em Los Angeles, cidade em que mixaram o álbum de estréia do grupo


THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

É o disco de estréia de um grupo brasileiro mais vendido em todos os tempos. E está completando dez anos no próximo dia 20.
Canções como "Pelados em Santos" (ou "Pelados em Santios", como chegou a ser grafada no encarte do álbum), "Vira-Vira", "Lá Vem o Alemão", "Sabão Crá Crá" e "Bois Don't Cry" fizeram dos Mamonas Assassinas, e de seu disco homônimo, que já ultrapassou as 2,4 milhões de cópias vendidas, o último fenômeno pop brasileiro. Nenhuma outra banda pop/rock alcançou sucesso semelhante. E dificilmente alcançará.
"Hoje não há mais a mesma quantidade de pontos-de-venda para chegar a um número tão expressivo. As cadeias de lojas e supermercados abandonaram o investimento em estoques de CDs: se um disco estoura, a loja não vai ter estoque para suprir a demanda. Além disso, há muito espaço para a pirataria, e a internet também atrapalha", opina Rick Bonadio, o produtor que descobriu os Mamonas em 1995 e formatou o pop besteirol do grupo.
Antes de encontrar Bonadio, Alecssander Alves, o Dinho (vocal), Samuel Reoli (baixo), Sérgio Reoli (bateria), Júlio Rasec (teclado) e Alberto Hinoto, o Bento (guitarra), amigos de Guarulhos, eram conhecidos como Utopia, grupo que fazia letras sérias e não chamava a atenção de ninguém.
Rafael Ramos, filho de João Augusto, ex-EMI-Odeon, hoje na Deckdisc, ouviu uma demo da banda e mostrou ao seu pai. Na hora João Augusto decidiu assinar com os Mamonas. "Todos que ouviram a demo se divertiram muito. Isso indicava que podia haver algo de muito grande ali, mas nunca do tamanho que foi", relembra João Augusto.
Classificar a carreira da banda como meteórica seria subestimar o potente apelo que os Mamonas tiveram especialmente com as crianças e adolescentes. "Costumava-se dizer que eles eram criação da mídia. Mentira. Eles foram destruídos pela mídia, os jornalistas culturais odiavam a banda. Os responsáveis pelo crescimento dos Mamonas foram as crianças, que se apaixonaram por eles", diz Eduardo Bueno, autor de "Blá Blá Blá", a biografia do grupo.
Os Mamonas fizeram 110 shows. Morreram num acidente aéreo na serra da Cantareira em 2 de março de 96. No ano que vem, essa curta trajetória virará filme.

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