São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2007

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"SL ainda não esgotou suas possibilidades"

DA REPORTAGEM LOCAL

O escritor e jornalista britânico Tim Guest acaba de publicar no Reino Unido "Second Lives - A Journey Through Virtual Worlds" (segundas vidas, uma jornada pelos mundos virtuais), no qual estuda o fenômeno da realidade virtual.
Errol Mysterio é seu avatar (palavra que tem origem no sânscrito e quer dizer transformação ou reencarnação), que há três anos e meio observa o crescimento do Second Life. Para ele, o fenômeno se assemelha ao da internet dos anos 90. "Ninguém imaginava em 1994 ou 1995 o que o Google seria hoje", compara.

 

FOLHA - Em seu livro, você conta que comprou uma Ferrari no SL, mas quase não a usou porque não precisava de um carro. O consumo no mundo virtual faz menos sentido?
GUEST
- Neste momento, com certeza. Na música, na arte ou em qualquer movimento que esteja começando, a tendência é que ele atraia pessoas que gostam de experimentar. Mas isso deve mudar. Um estudo recente da Gartner, uma empresa de pesquisas da Califórnia, diz que, em 2011, 80% dos usuários da internet terão um avatar, no SL ou em outro lugar. Será uma forma de as pessoas interagirem umas com as outras para além do e-mail ou do MySpace.

FOLHA - A Linden Lab, criadora e proprietária do SL, tem como controlar a política e a moral no jogo?
GUEST
- Acredito que eles não tenham recursos para controlar a política e a moral como um governo do mundo real. Quando estive na sede da Linden Lab, há dois anos, eram apenas 30 empregados -hoje devem ser mais, mas não muito mais. Então, acho que eles esperam que as pessoas se policiem. Além disso, se eu não gosto de alguém ou se alguém me incomoda, posso bani-lo. Há uma mulher chinesa que acumulou US$ 1 milhão vendendo e comprando terras virtuais. Hoje, ela possui cerca de 10% do SL. Se ela não gostar de alguém ou se alguém quebrar as regras, ela pode proibir a entrada dessa pessoa em suas propriedades.

FOLHA - Um analista disse recentemente que, para uma empresa, a importância de estar no SL é a mesma de se fazer marketing de rua no Iraque. Você concorda?
GUEST
- Não. Há coisas novas muito interessantes acontecendo. A Sky News, um canal de notícias britânico, abriu uma ilha onde dá para assistir à televisão, ver os estúdios, e o público pode ter questões respondidas dentro desse mundo virtual. Há também empresas que usam o SL como uma ferramenta, que promovem reuniões com pessoas de diferentes lugares. O SL é como a internet nos anos 90. Ninguém imaginava em 1994 ou 1995 o que o Google seria hoje. Ainda não se sabe o formato que isso tomará.

FOLHA - No ano passado, 1 milhão de pessoas se registraram no SL, mas apenas 100 mil voltaram em janeiro deste ano. Qual é a verdadeiro número de habitantes do SL?
GUEST
- Eles são bastante transparentes em relação às estatísticas. O número de pessoas que se registram e voltam com alguma freqüência é de 10%.

FOLHA - Qual é o futuro do SL? Ele vai se expandir?
GUEST
- Acho que sim, só não tenho certeza se será o próprio SL ou outro "mundo". Mas não acredito que elas substituirão o que já existe, serão apenas uma nova forma de se conectar.


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