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Palco obsoleto cria problemas para óperas
DA REPORTAGEM LOCAL
Rodeada por tapumes e
transformada em assento, a escadaria do Teatro Municipal
ganhou ares de plateia. Dezenas de pessoas param ali para
descansar e, de quebra, ouvir
músicos que assobiam flautas
em frente às Casas Bahia da
praça Ramos de Azevedo.
Em obras desde 2008, o edifício passa por um restauro que,
para alguns, soa tão misterioso
quanto uma peça de Pierre
Boulez. "Vão construir um prédio novo, né?", aposta a professora Elizete Salgado. Não. Mas
vão tornar sua estrutura mais
contemporânea. Orçado em 20
milhões de reais, o processo deve estar concluído até 2011,
centenário do teatro.
Para além da fachada, dos ladrilhos descolados e dos painéis descascados, a obra resolverá problemas menos evidentes. Um deles atende pelo nome
de "vara". Hoje, a vara carrega
cem quilos, ou sete refletores.
"Na montagem de "Sansão e
Dalila", pediram uma vara de
mil quilos", diz Beatriz Amaral,
diretora do teatro. A engenharia do palco tampouco permite
a troca de cenários. "Se temos
uma ópera em cartaz, não é
possível apresentar um balé."
De tão obsoleta a mesa de
som, é difícil encontrar operadores aptos. E o técnico deve
estar em forma. Para saber o
momento de soltar o som, ele
tem de dependurar-se no palco.
Para pôr fim a malabarismos,
serão comprados monitores de
vídeo. Para quem acha que a vida dos flautistas da praça Ramos é dura, recomenda-se um
tour pelo Municipal.
(APS)
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