São Paulo, sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Palco obsoleto cria problemas para óperas

DA REPORTAGEM LOCAL

Rodeada por tapumes e transformada em assento, a escadaria do Teatro Municipal ganhou ares de plateia. Dezenas de pessoas param ali para descansar e, de quebra, ouvir músicos que assobiam flautas em frente às Casas Bahia da praça Ramos de Azevedo.
Em obras desde 2008, o edifício passa por um restauro que, para alguns, soa tão misterioso quanto uma peça de Pierre Boulez. "Vão construir um prédio novo, né?", aposta a professora Elizete Salgado. Não. Mas vão tornar sua estrutura mais contemporânea. Orçado em 20 milhões de reais, o processo deve estar concluído até 2011, centenário do teatro.
Para além da fachada, dos ladrilhos descolados e dos painéis descascados, a obra resolverá problemas menos evidentes. Um deles atende pelo nome de "vara". Hoje, a vara carrega cem quilos, ou sete refletores. "Na montagem de "Sansão e Dalila", pediram uma vara de mil quilos", diz Beatriz Amaral, diretora do teatro. A engenharia do palco tampouco permite a troca de cenários. "Se temos uma ópera em cartaz, não é possível apresentar um balé."
De tão obsoleta a mesa de som, é difícil encontrar operadores aptos. E o técnico deve estar em forma. Para saber o momento de soltar o som, ele tem de dependurar-se no palco. Para pôr fim a malabarismos, serão comprados monitores de vídeo. Para quem acha que a vida dos flautistas da praça Ramos é dura, recomenda-se um tour pelo Municipal. (APS)


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