DA REPORTAGEM LOCAL

Fotografias que misturam um ar nonsense mesclado à crítica sociopolítica dão o tom da exposição dedicada à produção do tcheco Jindrich Streit, em cartaz até o dia 16 de agosto no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Com 60 imagens, a mostra reúne a produção do artista tcheco, pouco conhecido no país, mas com bom trânsito em instituições e coleções europeias de prestígio. "Esse ar pitoresco e incomum não é nada armado. Busco esse estilo não muito usual, mas não é nada que eu tenha de produzir artificialmente", contou ele à Folha. Ele exemplifica tal naturalidade de composições em uma de suas fotos na exposição, que tem em seu primeiro plano uma família de patos e, ao fundo, um funeral. "Era uma coisa que estava acontecendo e que consegui registrar. A vida tem essa mistura de trágico e cômico ao mesmo tempo", afirma Streit, 63, que está produzindo uma nova série sobre descendentes de tchecos que vivem no Brasil. "Não é nada muito batido. Por exemplo, fiz em São Paulo umas fotografias de um motoqueiro estilo Harley Davidson, de cabelos e barbas longos", diz ele, que continua a registrar os descendentes no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (MARIO GIOIA)