São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2001

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VIDA BANDIDA

Na praça

VOLTAIRE DE SOUZA

O país se moderniza. Clorindo estava preocupado. Tinha um bom emprego numa indústria paulista. Setor administrativo. Mas a fábrica foi vendida. Empresários japoneses. Novos padrões de exigência. "Turabário. Mais turabário." O dr. Sakeda olhou para o empregado. "Sem côrupo móri, Curorínudo." À tarde, o soninho. Clorindo fechou os olhos. Teve uma visão. O fantasma de um conhecido escritor baiano aparecia. "A praça é do povo. E o povo unido jamais será vencido." Depois Clorindo foi tomar cafezinho. A secretária Gilvanka estava dando sopa. Um só beijo derreou a morenaça. Sakeda surpreendeu o casal. "Urúa." Demissão dupla. Num banco de praça, eles agora vendem acarajé e curtem o amor juntinhos. Nada se perde quando há união.


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