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VIDA BANDIDA
Na praça
VOLTAIRE DE SOUZA
O país se moderniza. Clorindo estava preocupado. Tinha um bom emprego numa
indústria paulista. Setor administrativo. Mas a fábrica foi
vendida. Empresários japoneses. Novos padrões de exigência. "Turabário. Mais turabário." O dr. Sakeda olhou
para o empregado. "Sem côrupo móri, Curorínudo." À
tarde, o soninho. Clorindo fechou os olhos. Teve uma visão. O fantasma de um conhecido escritor baiano aparecia. "A praça é do povo. E o
povo unido jamais será vencido." Depois Clorindo foi tomar cafezinho. A secretária
Gilvanka estava dando sopa.
Um só beijo derreou a morenaça. Sakeda surpreendeu o
casal. "Urúa." Demissão dupla. Num banco de praça, eles
agora vendem acarajé e curtem o amor juntinhos. Nada
se perde quando há união.
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