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VERÃO EUROPEU
Para vocalista do grupo francês, festivais na Inglaterra tanto podem ajudar como atrapalhar carreira
Banda Phoenix tem medo dos ingleses
DA REPORTAGEM LOCAL
Os franceses do Phoenix, que
estão entre os destaques do festival V2001, estão felizes da vida,
mas morrendo de medo também.
Para Thomas Mars, 24, vocalista
da banda, participar de um megafestival como o V, pode funcionar
como uma faca de dois gumes.
"Os ingleses têm esse estranho
poder de te colocar no topo do
mundo num dia e depois te jogar
sobre uma pilha de merda no momento seguinte", disse, em entrevista à Folha, de Paris.
Por enquanto, o Phoenix se regala com seu momento "topo do
mundo" no Reino Unido. Aparece em revistas bacanas, programas de rádio e seu único CD,
"United", de 2000, circula pela lista dos discos alternativos mais
vendidos.
Musicalmente, o grupo parisiense destoa do que há no cenário inglês. É pop, mas não é lento e
melancólico como tantos grupos
que estão estourados na Inglaterra (Muse, Kings of Convenience,
Coldplay, Alfie...).
Tem momentos roqueiros, com
influências de AC/DC, mas não
chega nem perto de ser um novo
Marilyn Manson.
É francês e, como muitos compatriotas, tem batida house. Mas
não lembra Daft Punk nem Air.
Thomas Mars, o vocalista, explica melhor na seguinte entrevista.
(CLAUDIA ASSEF)
Folha - Esta será a primeira vez
que vocês participam de um festival tão grande, não? Estão preparados?
Thomas Mars - Estamos superfelizes, mas também temos medo
da Inglaterra. Os ingleses têm esse
estranho poder de te colocar no
topo do mundo num dia e depois
te jogar sobre uma pilha de merda
no momento seguinte. Mas vamos encarar. Até já tocamos em
festivais grandes, mas é realmente
a primeira vez que tocaremos
num palco de destaque, num horário legal. A impressão é que estamos estreando como uma banda grande, é engraçado.
Folha - Vocês chegaram a se incomodar por estarem participando
de um festival totalmente pago por
uma empresa [a Virgin"?
Mars - Não exatamente, porque
o que conta ali é que o dono da
Virgin é um cara muito ligado em
música. Com certeza nos incomodaria muito se eles só tivessem
convidado artistas da Virgin, mas,
apesar de ser o nosso selo, sei que
não é o caso.
Folha - Quem vocês planejam ver
no festival?
Mars - Huum... agora você me
pegou, não sei direito quem vai
tocar. Mas, se pudesse escolher, ia
querer ver o Daft Punk fazendo o
show de seus disco novo [o Daft
Punk não está entre as atrações do
V2001".
Folha - O disco de vocês ["United"" saiu no ano passado. Por que
você acha que só agora estão sendo
"descobertos" pelos ingleses?
Mars - Acho que saíram matérias
legais em revistas descoladas. E os
ingleses adoram tudo o que é novidade com esse perfil.
Folha - Vocês citam como influência coisas tão diferentes quanto
AC/DC, Prince e Serge Gainsbourg.
Em que estante você colocaria
"United" numa loja de discos?
Mars - Não tenho a menor idéia.
Há um ditado em francês que diz
que os fins justificam os meios.
Gosto muito dele. Na minha cabeça não importa se misturamos
AC/DC com música country ou
Prince com Serge Gainsbourg. O
que interessa é o que conseguimos no final de tudo isso. Gostamos do resultado e acho que é isso
que conta.
Folha - Vocês estão gravando disco novo?
Mars - Sim, num ritmo contagiantemente lento (risos).
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