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"Fui empurrado para o palco, literalmente"
DA SUCURSAL DO RIO
Alguns dos melhores momentos de "Vento Forte" -que
é, também, título de uma mú-
sica do compositor- são ligados a Recife.
Edu Lobo participa de uma
ciranda com Lia de Itamaracá e
lembra as chegadas de navio à
cidade quando criança.
"Parecia um filme de Fellini,
porque minha mãe tinha nove
irmãos, e cada irmão tinha quatro ou cinco filhos. Eu achava
natural que todas aquelas pessoas fossem buscar a gente.
Hoje em dia, ninguém me busca nem no botequim", diz ele.
No DVD, Edu conta ter feito
o frevo "Cordão da Saideira"
no inverno de Paris, de tanta
saudade que tinha de Recife
e do Brasil.
"Arrastão", "Reza", "Ponteio"... Os primeiros sucessos
de Edu, entre 1965 e 67, mostraram sua alma nordestina e o
levaram, ao lado de Chico Buarque, à condição de galã. Como
diz Joyce, "se bobeasse, ele virava popstar".
"Nunca pensei na carreira de
intérprete. Literalmente, alguém me empurrou para o palco. Eu estava na coxia vendo a
Elis [Regina] cantar uma canção minha, no teatro Paramount [em São Paulo], e me
empurraram. Entrei com a
mão no bolso. Minha história é
fazer música", diz.
Por isso, Edu Lobo construiu
uma carreira de poucos discos
e raros shows. O que o faz
deixar os estudos de harmonia
são as encomendas de trilhas
para projetos de cinema, tea-
tro e balé.
"Adoro projeto. Dizem que
eu tenho mania de advogado.
Não é verdade. É que, nos projetos, você precisa de advogado
para fazer contratos. Eu adoro
ter uma data para entregar 13
músicas. O deadline é maravilhoso", afirma Edu.
O compositor não lança discos desde 2001, quando fez a
trilha de "Cambaio" ao lado de
Chico Buarque -que participa
do DVD.
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