São Paulo, segunda-feira, 10 de agosto de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Drama romeno enxerga a ditadura de modo indireto

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O que "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" (Cinemax, 23h45; 14 anos) tem de mais interessante é a maneira indireta como se refere ao comunismo e ao domínio de Ceausescu.
Em vez de abordá-lo de frente, de mostrar a Romênia como um campo de concentração a céu aberto ou coisa assim, Cristian Mungiu tem o bom senso de evitar a denúncia para, em troca, tentar remontar o ambiente no país pouco antes da queda do ditador.
A trama diz respeito a uma moça que busca que lhe façam um aborto. Um aborto ilegal. Nada tão especial assim: no Brasil é também como se faz. O problema dela será enfrentar o mercado negro, com incertezas e perigos. A partir daí, sobretudo, o filme busca reconstituir uma atmosfera deprimente, entre a pobreza e o vazio. Como se o regime desmontasse não por efeito de corrupção, violência etc., mas por tristeza.


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