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Obras de Matheus Rocha Pitta analisam circulação do dinheiro
Trabalhos de mais três artistas completam mostra na Vermelho
SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO
Um velho televisor aparece sem as entranhas elétricas. Na casca de plástico, estão coladas imagens de montanhas de dinheiro apreendidas em operações policiais.
Cédulas têm a anatomia
escancarada em monitores
de vigilância. Matheus Rocha Pitta também criou um
fundo falso para dinheiro de
mentira atrás da Vermelho.
"Esses valores saem de
uma circulação comercial e
entram num esquema midiático", diz Rocha Pitta. "Vira
uma imagem consumida como um emblema da lei."
Numa animação, o artista
esmiúça as cores do logotipo
da TV Globo, dando verniz
perverso ao símbolo dessa
circulação espetacular.
É uma descontrução que
pauta também as obras de
André Komatsu e Héctor Zamora, no andar de cima.
Enquanto Komatsu faz
uma árvore atravessar uma
mesa e constrói uma torre de
entulho, Zamora recria tijolos em novos formatos.
São tentativas mais ou menos sutis de subverter a ordem dos sistemas. Na arquitetura de Komatsu, tinta e
azulejos antigos extrapolam
os limites do quadro e desfazem a harmonia de suas placas e retângulos áureos.
Fotografias de Zamora
mostram um prédio modernista cheio de bananas prensadas contra as janelas. Começam ainda verdes e depois
amadurecem num amarelo
que destoa da paisagem.
MATHEUS ROCHA PITTA,
ANDRÉ KOMATSU, HÉCTOR
ZAMORA E JOÃO LOUREIRO
QUANDO abertura hoje, às 20h; de
ter. a sex., das 10h às 19h; sáb.,
das 11h às 17h
ONDE Vermelho (r. Minas Gerais,
350, tel. 0/xx/11/3138-1520)
QUANTO grátis
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