São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

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Obras de Matheus Rocha Pitta analisam circulação do dinheiro

Trabalhos de mais três artistas completam mostra na Vermelho

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Um velho televisor aparece sem as entranhas elétricas. Na casca de plástico, estão coladas imagens de montanhas de dinheiro apreendidas em operações policiais. Cédulas têm a anatomia escancarada em monitores de vigilância. Matheus Rocha Pitta também criou um fundo falso para dinheiro de mentira atrás da Vermelho.
"Esses valores saem de uma circulação comercial e entram num esquema midiático", diz Rocha Pitta. "Vira uma imagem consumida como um emblema da lei."
Numa animação, o artista esmiúça as cores do logotipo da TV Globo, dando verniz perverso ao símbolo dessa circulação espetacular.
É uma descontrução que pauta também as obras de André Komatsu e Héctor Zamora, no andar de cima.
Enquanto Komatsu faz uma árvore atravessar uma mesa e constrói uma torre de entulho, Zamora recria tijolos em novos formatos. São tentativas mais ou menos sutis de subverter a ordem dos sistemas. Na arquitetura de Komatsu, tinta e azulejos antigos extrapolam os limites do quadro e desfazem a harmonia de suas placas e retângulos áureos. Fotografias de Zamora mostram um prédio modernista cheio de bananas prensadas contra as janelas. Começam ainda verdes e depois amadurecem num amarelo que destoa da paisagem.


MATHEUS ROCHA PITTA, ANDRÉ KOMATSU, HÉCTOR ZAMORA E JOÃO LOUREIRO

QUANDO abertura hoje, às 20h; de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 17h
ONDE Vermelho (r. Minas Gerais, 350, tel. 0/xx/11/3138-1520)
QUANTO grátis




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