São Paulo, segunda, 10 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PELO BRASIL
Museu ganha projeto de conservação na BA

da Agência Folha, em Salvador

O Museu de Arte Sacra da Bahia receberá uma equipe do Instituto Getty de Conservação, dos EUA, para realizar de hoje a 21 de agosto um projeto piloto de conservação do acervo. O instituto é ligado à Fundação Getty, de Los Angeles.
O projeto tem origem em estudos do instituto Getty evidenciando que as condições para conservar bens culturais em climas tropicais diferem das prescritas para climas temperados.
Nas duas semanas de trabalho, serão analisadas em detalhes as condições do ambiente do museu e da organização de seu espaço. Os dados serão a base para a elaboração de um projeto de conservação do acervo e a metodologia será posteriormente colocada à disposição dos interessados.
O projeto acontece algumas semanas depois da reabertura do museu, que ficou cinco meses em reforma. Ele reabriu expondo 400 obras dos séculos 18 e 19 recém-adquiridas.
Obtidas por comodato assinado com irmandades religiosas de Salvador, as novas obras passam a integrar o acervo permanente do museu, com 1.350 peças dos séculos 16 a 19, incluindo mobiliário, esculturas e telas.
Localizado na rua do Sodré (centro histórico), em uma área de 6.200 m2, o museu é considerado o mais importante da América Latina em obras sacras. "O museu apresenta a maior variedade de obras sacras da América Latina. Nenhum outro tem um conjunto de peças tão valiosas de quatro séculos diferentes", disse o diretor do museu, Eugênio Ávila Lins.
Construído no século 17 como Convento de Santa Teresa, o prédio tem formação arquitetônica surgida entre o renascimento e o barroco. "Não há nada semelhante no Brasil", disse Lins.
O museu foi fundado em 1959 para abrigar uma coleção de telas, móveis e esculturas feitas em madeira, porcelana, barro, ouro, prata e outros materiais.
Com a reforma iniciada em dezembro de 1997, o Museu de Arte Sacra da Bahia reabriu quatro salões que estavam sem condições de uso e ganhou duas novas salas para exposições temporárias.
A reforma também compreendeu a troca do forro, do sistema elétrico e da iluminação do museu. Avaliados em R$ 500 mil, os trabalhos foram patrocinados pela Siemens do Brasil, com apoio da Fundação Vitae.
A Siemens também foi a responsável pela reforma da parte elétrica e do sistema de iluminação do Museu de Arte Sacra de São Paulo.
"O projeto envolveu a instalação de 589 lâmpadas especiais, mais econômicas e adequadas à iluminação e preservação de objetos antigos", disse o presidente da Siemens, Hermann Wever.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.