São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2001
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MÚSICA Ian McCullogh, do Echo & The Bunnymen, vem ao Brasil para divulgar "Flowers" "Quer saber? Somos a melhor banda de todos os tempos"
ALEXANDRE PETILLO FREE-LANCE PARA A FOLHA É fascinante o culto em volta da banda britânica Echo & The Bunnymen. Não existe "meio-fã" do grupo de Liverpool. Quem gosta, vira um fanático desesperado, disposto a gastar um bom dinheiro em CDs ou perder o emprego para ir aos shows. Se você se encaixa no parágrafo acima, prepare-se: esse é o mês do Echo & The Bunnymen. Em sua nova encarnação, formada pelo vocalista Ian McCullogh e seu fiel escudeiro, o guitarrista Will Sergeant, o Echo desembarca no Brasil entre os dias 20 e 25, para uma turnê promocional em São Paulo. A vinda do grupo já está certa, mas resta definir a realização de um show na capital paulista, provavelmente no DirecTV Music Hall. Na pior das hipóteses, McCullogh estará entre nós, divulgando o novo disco, "Flowers", lançado por aqui pela Sum Records (que, aliás, está por trás da vinda do grupo ao país). "It's All Right", o primeiro single do álbum, já vem sendo bem executada nas rádios rock de São Paulo. Paralelo a tudo isso, a Rhino acaba de lançar a caixa "Crystal Days - 1979/1999", com quatro CDs englobando todas as fases da banda. A coleção tem 72 músicas, sendo 16 nunca lançadas oficialmente, mais 23 lados B, que aparecem pela primeira vez em CD. Acompanha um livreto com mais de 70 páginas contando a história da banda, com afiados comentários faixa-a-faixa dos próprios McCullogh e Sergeant. Não é à toa que centenas de fãs dormiram na porta da loja de discos Tower Records, em Londres, ávidos por conseguirem a caixa. A última vez que os fãs se mobilizaram assim, à espera de um disco de rock, foi no lançamento do "Anthology", dos Beatles, banda também oriunda de Liverpool. As primeiras quatro faixas são de 1979, gravadas quando a banda ainda era um trio acompanhado por uma bateria eletrônica, que tinha apenas quatro ritmos: bossa nova, foxtrot, rock beat 1 e rock beat 2. "Monkeys", a gravação mais antiga do grupo, foi extraída de um curioso disco chamado "Street to Street: A Liverpool Album", lançado em 79 para divulgar novos artistas da cidade. A fase do disco "Ocean Rain", de 1984, que na época foi chamado pela imprensa inglesa de "o melhor LP já feito", ganhou maior ênfase. Durante esse período, o Echo desdenhou o estrelato e partiu numa estranha turnê pelos bares obscuros da Escandinávia, esticando até Reykjavik, capital da Islândia e também conhecida como o fim do mundo. Ainda estão presentes algumas das lendárias músicas contidas no disco pirata "On Strike (Or Songs that Lord Taugh Us)". Esse vinil -que chegou a ser comercializado no mercado negro britânico a 300 libras- trazia um show do Echo na cidade de Gotemburgo, lá pelos idos de 85. O grupo deixou suas composições de lado e desfilou versões de "Paint It Black" (Rolling Stones), "Soul Kitchen" (The Doors), "It's All Over Now, Baby Blue" (Bob Dylan), "Run, Run, Run" e "Heroin" (Velvet Underground), "In the Midnight Hour" (Wilson Pickett) e "Friction" (Television). Mesmo sem tudo isso, a "all night version" de "Killing Moon" vale o dinheiro empregado. Infelizmente, a caixa é importada. A Warner, detentora do catálogo da Rhino no Brasil, ainda não sabe se vai lançá-la por aqui. CRYSTAL DAYS - 1979/1999 - Banda: Echo and The Bunnymen. Lançamento: Rhino (importado). Quanto: R$ 210, em média. Onde encontar: Velvet CDs (0/xx/11/221-8947). Texto Anterior: Barbara Gancia: Agora é confiar no Oswald de Souza Próximo Texto: Vocalista fala sobre Liverpool, música e futebol Índice |
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