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OUTRO LADO
ABPD oferece
argument os
de defesa
da Reportagem Local
Nenhuma das grandes gravadoras brasileiras, procuradas pela
Folha durante mais de um mês,
quis se pronunciar sobre o livro
de Nehemias Gueiros Jr. Apenas a
ABPD (Associação Brasileira de
Produtores de Discos) se manifestou, mas apenas por escrito,
sem possibilidade de diálogo.
"Ele trabalhou durante anos em
duas gravadoras como advogado
interno, tendo negociado e firmado vários contratos da mesma natureza daqueles que agora condena", critica a ABPD.
Afirmando desconhecer o conteúdo do livro, a entidade afirma:
"Desde logo, podemos observar
que as críticas resultam de desinformação, desatualização ou ambos, certamente porque ele está
afastado da indústria há muitos
anos". Leia pontos da defesa (os
itens sobre jabá, o pino e autores
não foram respondidos).
(PAS)
NUMERAÇÃO - "Em nenhum
país do mundo o disco é numerado. Como os artistas norte-americanos, europeus e japoneses
controlam suas vendas? Por meio
das prestações de contas trimestrais que as gravadoras fazem, no
mundo inteiro, e que estão sujeitas a auditoria. Há cerca de três
anos, a indústria fonográfica da
América Latina aplica um holograma com a sigla da Federação
Latino-Americana de Produtores
de Fonogramas e Videofonogramas (FLAPF), fabricado pela empresa 3-M e aplicado nos CDs. É a
coisa mais fácil do mundo saber
quantos hologramas uma dada
empresa comprou. Trata-se de
desinformação e desatualização."
CD VERSUS VINIL - "No início
do CD, os direitos decorrentes da
venda eram pagos como se se tratasse de vinil, mas com um acréscimo percentual de cerca de 25%.
Isso não existe mais, até porque o
vinil também não existe mais.
Outra desatualização."
CATÁLOGOS MÓVEIS - "Nenhuma gravadora retiraria de catálogo um disco de sucesso para
relançá-lo a preço reduzido. É comum a gravadora anterior de um
artista relançar o repertório, com
redução de direitos, mas também
a preço reduzido. É prática universal e decorre de condições
contratuais livremente pactuadas. É uma nova oportunidade."
NOVATOS - "Não conhecemos
nenhum caso em que a gravadora
não seja obrigada a lançar um
disco. O contrato seria nulo, por
falta de bilateralidade. O que pode ocorrer é que a gravadora,
após o primeiro disco, tenha a
opção de lançar um segundo ou
terminar o contrato."
MÚSICOS DE ESTÚDIO - "Os
chamados músicos acompanhantes recebem um pagamento
fixo, como ocorre em todos os
países do mundo. Cedem, sim,
seus direitos para efeitos de reprodução do disco. Não cedem,
porém, os direitos conexos que
decorrem da execução pública,
que são arrecadados pelo Ecad.
Mais uma desatualização."
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