São Paulo, Sexta-feira, 10 de Setembro de 1999
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OUTRO LADO
ABPD oferece argument os de defesa

da Reportagem Local

Nenhuma das grandes gravadoras brasileiras, procuradas pela Folha durante mais de um mês, quis se pronunciar sobre o livro de Nehemias Gueiros Jr. Apenas a ABPD (Associação Brasileira de Produtores de Discos) se manifestou, mas apenas por escrito, sem possibilidade de diálogo.
"Ele trabalhou durante anos em duas gravadoras como advogado interno, tendo negociado e firmado vários contratos da mesma natureza daqueles que agora condena", critica a ABPD.
Afirmando desconhecer o conteúdo do livro, a entidade afirma: "Desde logo, podemos observar que as críticas resultam de desinformação, desatualização ou ambos, certamente porque ele está afastado da indústria há muitos anos". Leia pontos da defesa (os itens sobre jabá, o pino e autores não foram respondidos). (PAS)

NUMERAÇÃO -
"Em nenhum país do mundo o disco é numerado. Como os artistas norte-americanos, europeus e japoneses controlam suas vendas? Por meio das prestações de contas trimestrais que as gravadoras fazem, no mundo inteiro, e que estão sujeitas a auditoria. Há cerca de três anos, a indústria fonográfica da América Latina aplica um holograma com a sigla da Federação Latino-Americana de Produtores de Fonogramas e Videofonogramas (FLAPF), fabricado pela empresa 3-M e aplicado nos CDs. É a coisa mais fácil do mundo saber quantos hologramas uma dada empresa comprou. Trata-se de desinformação e desatualização."

CD VERSUS VINIL -
"No início do CD, os direitos decorrentes da venda eram pagos como se se tratasse de vinil, mas com um acréscimo percentual de cerca de 25%. Isso não existe mais, até porque o vinil também não existe mais. Outra desatualização."

CATÁLOGOS MÓVEIS -
"Nenhuma gravadora retiraria de catálogo um disco de sucesso para relançá-lo a preço reduzido. É comum a gravadora anterior de um artista relançar o repertório, com redução de direitos, mas também a preço reduzido. É prática universal e decorre de condições contratuais livremente pactuadas. É uma nova oportunidade."

NOVATOS -
"Não conhecemos nenhum caso em que a gravadora não seja obrigada a lançar um disco. O contrato seria nulo, por falta de bilateralidade. O que pode ocorrer é que a gravadora, após o primeiro disco, tenha a opção de lançar um segundo ou terminar o contrato."

MÚSICOS DE ESTÚDIO -
"Os chamados músicos acompanhantes recebem um pagamento fixo, como ocorre em todos os países do mundo. Cedem, sim, seus direitos para efeitos de reprodução do disco. Não cedem, porém, os direitos conexos que decorrem da execução pública, que são arrecadados pelo Ecad. Mais uma desatualização."


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