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RUÍDO
Ex-estrela, Marília Medalha prepara volta
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Já não se ouve falar dela, apesar de ter sido uma das estrelas do festival de MPB que alavancou o tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil, em 67.
Marília Medalha, co-intérprete
da vencedora "Ponteio", de Edu
Lobo, planeja agora uma volta,
após prolongado afastamento.
No dia 1º de novembro, ela
participa do show "Rainha Quelé", no Sesc Ipiranga, em tributo
a Clementina de Jesus, com a
sambista estrante Fabiana Cozza e a sambista veterana Dona
Inah, 68.
Marília, 59, que nos anos 70
formou trio de sucesso com Vinicius de Moraes e Toquinho,
arquiteta também, para março,
a volta num show solo inédito,
quando deve ser lançado também "Bodas de Vidro" (92), que
nunca teve tiragem comercial.
Quem está por trás de todos os
eventos é o produtor Heron
Coelho, que já trabalha num disco de Dona Inah para o selo CPC
Umes, com quem também negocia a gravação do show para
Clementina. "Gravarei esse disco, mesmo que seja de modo independente", ele determina.
Concluindo o ciclo de retomada, Coelho lançará, também no
ano que vem, a biografia de Marília Medalha, "Canto Recluso".
O NÃO-LANÇAMENTO
A história é peculiar: Luiz
Henrique foi um bossa-novista que nasceu em Santa
Catarina, estabeleceu-se no
Rio aos 23 anos, caiu na corrente migratória da bossa
para os Estados Unidos (onde passou a gravar em 67) e,
já de volta a Florianópolis,
morreu em 85 num acidente
de carro, aos 46 anos. O esquecimento por parte do
Brasil foi progressivo -"A
Bossa Moderna de Luiz
Henrique" (63), da Philips
(hoje Universal), nunca chegou ao CD, menos ainda os
vários discos norte-americanos. Como consolo, mas
sem compensação, produziu-se agora o tributo "A
Bossa Sempre Nova de Luiz
Henrique" (foto acima),
com interpretações de Elza
Soares, Martinho da Vila,
Luiz Melodia, Sandra de Sá,
Ivan Lins, Toni Garrido e Biá
Krieger. Mas o CD, feito em
Santa Catarina com auxílio
de leis de incentivo, não tem
comercialização garantida.
GAL SEM DVD
A Indie Records afirma que o
"adiamento" da gravação de
DVD e CD ao vivo de Gal
Costa, que seria dirigida por
Bia Lessa, foi devido à falta de
tempo para concretizar a
produção. Gal retrucou, em
nota, afirmando que a
gravadora havia solicitado
redução da concepção (ou seja,
dos custos), o que ela recusou.
Resultado: a cantora está
gravando o CD no estúdio.
MART'NÁLIA COM DVD
Em contraste, Mart'nália
gravará no Rio, em
apresentação única no dia 16,
seu primeiro DVD/CD ao vivo,
que também será exibido no
canal pago Multishow.
Contará com participações do
pai, Martinho da Vila, de
Djavan, Zélia Duncan, Moska e
Celso Fonseca. Cantará
inéditas de Djavan e de Zélia,
mas também sambas clássicos
como "Conto de Areia", "Todo
Menino É um Rei", "Alguém
me Avisou" e "Sonho Meu".
IRA! NO COMÉRCIO
Já o Ira! adiou disco de
inéditas que estava composto,
arranjado e prestes a ser
gravado. Rick Bonadio, diretor
do selo Arsenal, convenceu a
banda a fazer antes o "Acústico
MTV", que devia ser o sucessor
do disco abortado. A MTV
confirma a gravação em
fevereiro, para lançamento em
maio, nos formatos de especial
televisivo, DVD e CD.
psanches@folhasp.com.br
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