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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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RUÍDO

Ex-estrela, Marília Medalha prepara volta

PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL

Já não se ouve falar dela, apesar de ter sido uma das estrelas do festival de MPB que alavancou o tropicalismo de Caetano Veloso e Gilberto Gil, em 67. Marília Medalha, co-intérprete da vencedora "Ponteio", de Edu Lobo, planeja agora uma volta, após prolongado afastamento.
No dia 1º de novembro, ela participa do show "Rainha Quelé", no Sesc Ipiranga, em tributo a Clementina de Jesus, com a sambista estrante Fabiana Cozza e a sambista veterana Dona Inah, 68.
Marília, 59, que nos anos 70 formou trio de sucesso com Vinicius de Moraes e Toquinho, arquiteta também, para março, a volta num show solo inédito, quando deve ser lançado também "Bodas de Vidro" (92), que nunca teve tiragem comercial.
Quem está por trás de todos os eventos é o produtor Heron Coelho, que já trabalha num disco de Dona Inah para o selo CPC Umes, com quem também negocia a gravação do show para Clementina. "Gravarei esse disco, mesmo que seja de modo independente", ele determina.
Concluindo o ciclo de retomada, Coelho lançará, também no ano que vem, a biografia de Marília Medalha, "Canto Recluso".

O NÃO-LANÇAMENTO

A história é peculiar: Luiz Henrique foi um bossa-novista que nasceu em Santa Catarina, estabeleceu-se no Rio aos 23 anos, caiu na corrente migratória da bossa para os Estados Unidos (onde passou a gravar em 67) e, já de volta a Florianópolis, morreu em 85 num acidente de carro, aos 46 anos. O esquecimento por parte do Brasil foi progressivo -"A Bossa Moderna de Luiz Henrique" (63), da Philips (hoje Universal), nunca chegou ao CD, menos ainda os vários discos norte-americanos. Como consolo, mas sem compensação, produziu-se agora o tributo "A Bossa Sempre Nova de Luiz Henrique" (foto acima), com interpretações de Elza Soares, Martinho da Vila, Luiz Melodia, Sandra de Sá, Ivan Lins, Toni Garrido e Biá Krieger. Mas o CD, feito em Santa Catarina com auxílio de leis de incentivo, não tem comercialização garantida.

GAL SEM DVD
A Indie Records afirma que o "adiamento" da gravação de DVD e CD ao vivo de Gal Costa, que seria dirigida por Bia Lessa, foi devido à falta de tempo para concretizar a produção. Gal retrucou, em nota, afirmando que a gravadora havia solicitado redução da concepção (ou seja, dos custos), o que ela recusou. Resultado: a cantora está gravando o CD no estúdio.

MART'NÁLIA COM DVD
Em contraste, Mart'nália gravará no Rio, em apresentação única no dia 16, seu primeiro DVD/CD ao vivo, que também será exibido no canal pago Multishow. Contará com participações do pai, Martinho da Vila, de Djavan, Zélia Duncan, Moska e Celso Fonseca. Cantará inéditas de Djavan e de Zélia, mas também sambas clássicos como "Conto de Areia", "Todo Menino É um Rei", "Alguém me Avisou" e "Sonho Meu".

IRA! NO COMÉRCIO
Já o Ira! adiou disco de inéditas que estava composto, arranjado e prestes a ser gravado. Rick Bonadio, diretor do selo Arsenal, convenceu a banda a fazer antes o "Acústico MTV", que devia ser o sucessor do disco abortado. A MTV confirma a gravação em fevereiro, para lançamento em maio, nos formatos de especial televisivo, DVD e CD.

psanches@folhasp.com.br


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