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Livro conta "causos" por trás de músicas de Chico
"Histórias de Canções" abre a primeira leva de lançamentos da editora Leya
Obra de Wagner Homem inclui curiosidades históricas como a intenção do músico de usar codinome Pedrinho Manteiga
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
"Histórias de Canções - Chico Buarque " tem esse título e
356 páginas, o que sugere uma
penca de explicações sobre as
origens das músicas do compositor. Não é exatamente assim.
O livro de Wagner Homem,
parte do primeiro pacote de
lançamentos no Brasil da editora portuguesa Leya, tem muitas informações biográficas,
contextualizações históricas, as
necessárias transcrições de letras, além de acontecimentos
relativos às músicas, como os
embates com a censura na década de 70.
Os "causos" das canções talvez não sejam maioria, mas são
o que há de mais saboroso.
Muita gente não deve saber,
por exemplo, que "Olhos nos
Olhos", um clássico da frustração amorosa, nasceu depois de
uma visita de Chico ao dramaturgo Paulo Pontes (1940-1976), quando o amigo já estava
bastante doente. Ou que "Bastidores" e "Dura na Queda" não
foram feitas pensando-se, respectivamente, em Cauby Peixoto e Elza Soares. Ou que, depois do codinome Julinho da
Adelaide, ele cogitou criar Pedrinho Manteiga.
Outras histórias são mais conhecidas para quem acompanha de perto o compositor, como a troca de gentilezas na parceria com Vinicius de Moraes
-"Gente Humilde" só tem um
verso de Chico; em "Desalento"
ocorre o inverso.
Músicas recentes
Wagner Homem sintetiza informações que estão em outros
livros, em entrevistas, DVDs e
correspondências -com Vinicius e Tom Jobim, por exemplo.
"Comecei na década de 60 a
comprar tudo o que saía sobre
Chico. De repente, eu me dei
conta de que era um colecionador", afirma o autor, que organizou em 1989 as letras de
"Chico Buarque: Letra e Música" (com textos de Humberto
Werneck) e criou em 1998 o
site do compositor, do qual cuida até hoje.
A proximidade nos últimos
anos explica por que há mais
informações sobre as músicas
recentes, inclusive histórias como a de "Cecília" (1998): Chico
se irrita ao se lembrar de uma
namoradinha homônima que
teve em Itápolis (359 km de SP)
e que poderia se sentir equivocadamente homenageada. Pois,
a partir da enxurrada de e-mails que o site recebeu, Homem confirma que foi exatamente o que aconteceu.
CHICO BUARQUE - HISTÓRIAS
DE CANÇÕES
Autor: Wagner Homem
Editora: Leya
Quanto: R$ 44,90 (356 págs.)
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