São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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Rio Hollywood

Reformulação da Rio Film Commission e facilidades oferecidas a estrangeiros atraem produtores e diretores à cidade, que é cenário de blockbusters como "Amanhecer" e "Velozes e Furiosos 5"

Dilson Silva/AgNews
Os atores Kristen Stewart e Robert Pattinson se beijam
em gravação do filme ‘Amanhecer’, da série ‘Crepúsculo’


MARCELO BORTOLOTI
DO RIO

Depois de três filmes namorando um vampiro, Bella, personagem de "Crepúsculo", finalmente perderá a virgindade em "Amanhecer", quarto longa da série. A aguardada transa acontecerá numa ilha isolada no Rio.
Além desse, "Velozes e Furiosos 5", da Universal Pictures, se passa integralmente na cidade, assim como a principal animação da Fox Filmes para 2011, "Rio", de Carlos Saldanha.
O Rio está na moda e há quem atribua o fenômeno à conquista da Olimpíada ou à projeção internacional do Brasil. Isso se reflete na produção de Hollywood, com vantagens para a cidade.
Neste início de mês, produtores e atores de "Amanhecer" e "Velozes e Furiosos 5" estiveram simultaneamente no Rio, causando histeria nos fãs e gerando US$ 5 milhões (R$ 8,45 mi) em dividendos, além de 700 contratações diretas.
A cidade, por sua vez, tenta se preparar. No último ano, a reformulação da Rio Film Commission pela prefeitura e pelo governo estadual permitiu melhoras no padrão de profissionalismo local para receber produções do tipo. A entidade foi criada para fornecer facilidades para estrangeiros, incluindo segurança, isolamento de locais públicos ou subsídios.
Os produtores de "Amanhecer" ganharam US$ 500 mil (R$ 845 mil). "Já pretendíamos gravar aqui, mas o apoio das autoridades foi fundamental", diz o diretor, Bill Condon.

TRAUMA DE STALLONE
A ideia é evitar problemas como o "caso Stallone", até hoje recordado como traumático por produtores brasileiros e estrangeiros. Em 2009, o astro e a equipe de "Os Mercenários" saíram do país acusados de deixar um calote de R$ 3,8 milhões.
"Queremos que o Rio se consolide como um polo de produção local e internacional", diz Sérgio Sá Leitão, presidente da RioFilme.
Ele já contabiliza um aumento de produções internacionais de 42, no último semestre de 2009, para 54, no primeiro deste ano, entre comerciais, TV e filmes.
Mas a estratégia não agrada todos. "São filmes de qualidade duvidosa que vêm receber dinheiro como se o Rio precisasse ser filmado por subcineastas internacionais", diz o produtor Luiz Carlos Barreto.
O país, contudo, não tem nenhum incentivo fiscal para atrair estrangeiros e a valorização do real tem sido desvantajosa para a atividade.
"Velozes e Furiosos 5", que tem orçamento estimado em US$ 150 milhões (R$ 253 mi), seria todo gravado na cidade. A negociação fracassou porque o governo de Porto Rico ofereceu uma contrapartida de 40% para cada dólar investido no território, onde foi construído um Rio de Janeiro de mentira.
À cidade real, coube cenas de apoio, gravadas em quatro dias, com gasto total de US$ 2 milhões (R$ 3,38 mi).


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