São Paulo, quinta-feira, 10 de novembro de 2011

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Teatro

Cia. Os Satyros enxuga maratona teatral

Em busca de qualidade, programação das Satyrianas cai de 72 para 30 espetáculos; horários também sofrem restrição

Evento, que começa amanhã, abre a praça Roosevelt a alguns dos principais autores e diretores da cidade

GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

Em 2000, ao se fixar na praça Roosevelt, no centro de São Paulo, e colocar algumas mesas na calçada em frente à sua sede, a companhia Os Satyros começava a pôr em prática sua noção de teatro expandido, que vai além de palco e plateia tradicionais. O movimento culmina nas Satyrianas, maratona artística cuja edição 2011 vai de amanhã a segunda-feira.
O evento abre a Roosevelt a alguns dos principais dramaturgos e diretores da cidade. O pilar da programação é a seção DramaMix, em que autores apresentam textos curtos inéditos.
Até o ano passado, as peças eram encenadas continuamente ao longo de 72 horas por 72 diretores e, portanto, 72 elencos. Neste ano, o número é de "apenas" 30.
Se antes o projeto era aberto a qualquer um que desejasse se aventurar pela dramaturgia, desta vez os convites foram filtrados pelos organizadores. As mudanças sublinham o desejo do grupo de driblar a precariedade e investir em mais qualidade.
"No início, nossa questão era comprovar a efervescência da dramaturgia paulistana. Agora, deixamos de nos preocupar com números. Resolvemos dar condições mais bacanas aos artistas e ser criteriosos na seleção dos textos", explica Ivam Cabral, ator, dramaturgo e fundador do grupo Os Satyros.
As apresentações deixam de acontecer em tendas. Passam a ser realizadas em um teatro (o Espaço dos Satyros Dois), somente no período das 18h às 2h.
Importante iniciativa de incentivo à criação teatral, o DramaMix é o embrião de diversas montagens teatrais. É o caso de "Pastas Suspensas", de Bráulio Mantovani, dirigida por Laís Bodanzky, que resultou no espetáculo "Menecma", encenado neste ano na cidade. Entre os destaques deste ano estão "Nas Cidades, as Florestas", haicai cênico escrito e dirigido por Roberto Alvim, e "Taeter", solo de Luiz Päetow que deve entrar em temporada em breve.

CENAS EM CARROS
Outra novidade das Satyrianas fica por conta das "AutoPeças". "É o nosso Prêt-à-Porter", diz Cabral, referindo-se ao projeto de Antunes Filho no qual os atores criam suas próprias cenas.
O grupo convidou 18 artistas, na maioria atores, para escreverem textos que serão encenados dentro de carros, parados ou em movimento. "Nossa questão sempre foi o diálogo com a cidade e com o nosso entorno. Esse projeto é uma extensão disso", completa ele.


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