|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MODA
Loja e expo empurram o homem à elegância
ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
São Paulo ganha hoje um impulso em direção à elegância masculina. Abrem na cidade uma loja Dolce & Gabanna Homem e Cartier,
junto ao endereço da Daslu Homem. O toque de "way of life" vem
com uma exposição de roupas do
duque de Windsor, no mesmo espaço, adquiridas pela marca Kiton,
no leilão da Sotheby's de Nova
York, em fevereiro deste ano.
Uma loja só para Dolce & Gabbana engrossa um casting formado por Ermenegildo Zegna, Salvatore Ferragamo, Donna Karan,
Dormeuil, Paul Smith, Romeo Gigli, Helmut Lang, Valentino, Etro,
Ralph Lauren, Dior, Gucci, Jil Sander e Alessandro dell'Acqua e Kiton, abrangendo diferentes estilos
da atual moda masculina.
Por isso, a Daslu lança também
um catálogo com fotos das marcas
que representa no Brasil e seus estilistas, em fotos exclusivas (à exceção de Jil Sander) feitas in loco
por Ruy Teixeira.
"Durante anos o homem brasileiro pouco sabia sobre a evolução
da moda masculina. Só mesmo
aqueles que recebiam a graça de
poder viajar para o exterior acompanhavam mudanças e podiam
comprar as novidades. O caminho
da Daslu na moda masculina tem
sido extraordinariamente feliz",
celebra o especialista Fernando de
Barros, no catálogo, em que Joyce
Pascowitch também decreta: "Os
homens descobriram anteontem
que se vestir bem eleva o espírito,
resgata o ego e dá uma alavancada
na vaidade".
Essas informações o duque de
Windsor tinha faz tempo. Eduardo
8º (1894-1972) foi rei da Grã Bretanha e de Irlanda de 20 de janeiro a
11 de dezembro de 1936. Mas é
mais lembrado por viver aquilo
que a mídia chamava de "um dos
maiores casos de amor do século".
Apaixonado pela divorciada
norte-americana Wallis Warfield
Simpson, o relacionamento dos
dois era amplamente criticado pela Igreja e pelo governo. Assim,
Eduardo 8º renunciou ao trono e
os dois se casaram tornando-se
duque e duquesa de Windsor em 3
de junho de 1937. O traje usado no
casamento também está na exposição: casaco em cashmere, calça em
lã, camisa com iniciais e gravata
em seda azul e branca.
Os casal também tornou-se, ele
mesmo, símbolo de elegância e
"savoir-faire". Sua casa era impecável. O jantar era servido pontualmente às 21h, e os guardanapos,
trocados duas vezes por refeição.
Simpson usava principalmente
Schiaparelli e Mainbocher (criadores que depois se tornariam sinônimos de seu estilo) e comprava
mais de cem vestidos por ano,
sempre ornada pelas jóias com que
o duque gostava de presenteá-la
(em 87 a coleção foi leiloada e foram arrecadados US$ 40 milhões,
destinados a pesquisas da Aids).
O duque vestia-se eximiamente
em kilts e peças em príncipe-de-gales (o tecido assim batizado em
homenagem a Eduardo 7º), dentro
do chamado estilo sartorial. Gostava de jogar golfe e vivia uma estranha existência de alguém preparado para ser rei que ficara sem função real, tornando-se "marido de
Wallis Simpson".
²
Daslu Homem (r. João Lourenço 536, tel.
011/822-5076)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|