São Paulo, terça, 10 de novembro de 1998

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MODA
Loja e expo empurram o homem à elegância

ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha

São Paulo ganha hoje um impulso em direção à elegância masculina. Abrem na cidade uma loja Dolce & Gabanna Homem e Cartier, junto ao endereço da Daslu Homem. O toque de "way of life" vem com uma exposição de roupas do duque de Windsor, no mesmo espaço, adquiridas pela marca Kiton, no leilão da Sotheby's de Nova York, em fevereiro deste ano.
Uma loja só para Dolce & Gabbana engrossa um casting formado por Ermenegildo Zegna, Salvatore Ferragamo, Donna Karan, Dormeuil, Paul Smith, Romeo Gigli, Helmut Lang, Valentino, Etro, Ralph Lauren, Dior, Gucci, Jil Sander e Alessandro dell'Acqua e Kiton, abrangendo diferentes estilos da atual moda masculina.
Por isso, a Daslu lança também um catálogo com fotos das marcas que representa no Brasil e seus estilistas, em fotos exclusivas (à exceção de Jil Sander) feitas in loco por Ruy Teixeira.
"Durante anos o homem brasileiro pouco sabia sobre a evolução da moda masculina. Só mesmo aqueles que recebiam a graça de poder viajar para o exterior acompanhavam mudanças e podiam comprar as novidades. O caminho da Daslu na moda masculina tem sido extraordinariamente feliz", celebra o especialista Fernando de Barros, no catálogo, em que Joyce Pascowitch também decreta: "Os homens descobriram anteontem que se vestir bem eleva o espírito, resgata o ego e dá uma alavancada na vaidade".
Essas informações o duque de Windsor tinha faz tempo. Eduardo 8º (1894-1972) foi rei da Grã Bretanha e de Irlanda de 20 de janeiro a 11 de dezembro de 1936. Mas é mais lembrado por viver aquilo que a mídia chamava de "um dos maiores casos de amor do século".
Apaixonado pela divorciada norte-americana Wallis Warfield Simpson, o relacionamento dos dois era amplamente criticado pela Igreja e pelo governo. Assim, Eduardo 8º renunciou ao trono e os dois se casaram tornando-se duque e duquesa de Windsor em 3 de junho de 1937. O traje usado no casamento também está na exposição: casaco em cashmere, calça em lã, camisa com iniciais e gravata em seda azul e branca.
Os casal também tornou-se, ele mesmo, símbolo de elegância e "savoir-faire". Sua casa era impecável. O jantar era servido pontualmente às 21h, e os guardanapos, trocados duas vezes por refeição.
Simpson usava principalmente Schiaparelli e Mainbocher (criadores que depois se tornariam sinônimos de seu estilo) e comprava mais de cem vestidos por ano, sempre ornada pelas jóias com que o duque gostava de presenteá-la (em 87 a coleção foi leiloada e foram arrecadados US$ 40 milhões, destinados a pesquisas da Aids).
O duque vestia-se eximiamente em kilts e peças em príncipe-de-gales (o tecido assim batizado em homenagem a Eduardo 7º), dentro do chamado estilo sartorial. Gostava de jogar golfe e vivia uma estranha existência de alguém preparado para ser rei que ficara sem função real, tornando-se "marido de Wallis Simpson".
²
Daslu Homem (r. João Lourenço 536, tel. 011/822-5076)


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