São Paulo, terça, 10 de novembro de 1998

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Mavericks muda para pior

Divulgação
O quarteto norte-americano Mavericks, cujo sexto álbum, "Trampoline" é lançado no mercado brasileiro


da Redação

Dessa vez eles foram longe demais. Depois de ouvir "Trampoline", sexto CD do quarteto da Flórida The Mavericks, fica impossível enquadrar o som que sai das caixas como country music. E, o que é pior, não ficou bom.
Desde sempre, o grupo fundia os aspectos mais tradicionais do country e do rock. E até "What a Crying Shame" (94), a mistura estava dando certo, dava identidade ao grupo, inspirava melodias.
A coisa começou a desandar no ano seguinte, quando foi lançado "Music for All Occasions". Como o próprio nome sugere, o disco marcou o desapego da banda a qualquer tipo de restrição estilística.
Nada contra. Mas, ao dizer adeus à estrutura que lhe deu fama, o grupo perdeu o norte. E, azar maior, o cantor, vocalista e líder da banda, Raul Malo, está numa entressafra criativa.
E a banda chega a "Trampoline" deixando para o acabamento o papel de alicerce. Os arranjos são primorosos, as interpretações, corretas. Mas falta a substância que sobrava nos primeiros discos.
O curioso é que, como banda, os Mavericks se mostram mais coesos que nunca no novo trabalho. Trafegam com consistência por chá-chá-chá, música de teatro vaudeville e ritmos caribenhos.
Essa competência, aliada à pobreza do material, só aumenta a sensação de desperdício. Nessa sinuca de bico estilística em que se meteu, só há duas saídas para o grupo. Ou volta para o ponto em que resolveu desviar de rota, ou arruma outro compositor. (EF)
²
Disco: Trampoline
Banda: The Mavericks
Lançamento: Universal
Quanto: R$ 18, em média




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