São Paulo, Sexta-feira, 10 de Dezembro de 1999


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MEMÓRIA
Documentos estavam em lixão da zona leste de SP
Museu Mazzaropi recebe material inédito sobre artista

FÁBIO SOARES
Editor da Folha Vale

O Museu Mazzaropi, de Taubaté (a 134 km de SP), recebeu no mês passado uma das mais importantes doações desde a sua fundação, em 1995: 93 fotos, 11 panfletos e três reportagens sobre o ator e cineasta Amácio Mazzaropi, imortalizado nas décadas de 60 e 70 com o personagem Jeca Tatu.
As fotos, os panfletos e as reportagens foram encontradas em um lixão da zona leste de São Paulo, há sete anos, por Osede Prado. Como era fã do ator, Prado ficou com o material, mas, em outubro, resolveu procurar o museu.
Algumas fotos estão rasgadas, mas de maneira geral todas estão em bom estado. Há registros pessoais do ator, com seus familiares, em homenagens, e até uma festa na Fazenda Santa.
Foi nesta fazenda, localizada a seis quilômetros do museu, que o ator começou a produzir seus filmes sozinho.
Os panfletos doados foram feitos na época da Trupe Mazzaropi, no começo de sua carreira, antes de o ator de Taubaté trabalhar no rádio. Um data de 1931, o outro de 1936. Até a doação, não se sabia da existência do material. Segundo informações do museu, pouco se sabe da trajetória de Mazzaropi com a sua trupe.
Duas das reportagens encontradas no lixo narram um acidente sofrido por Mazzaropi em 59, quando um jipe em que estava bateu em um Volks, no Ibirapuera, em São Paulo. O ator teve de ser operado e ficou com os dois braços engessados. A terceira reportagem traz uma foto do ator com os filhos adotivos.
O material doado vai ser incorporado ao acervo do Museu Mazzaropi, que já conta com mais de 6.000 peças. Depois da morte do ator, em 81, quase toda a sua história se perdeu. Mazzaropi teve seus bens vendidos e documentos e objetos pessoais sumiram.
Grande parte do acervo do museu é resultado de doações.
O próximo passo do museu é buscar parcerias para conseguir mão-de-obra especializada e recursos para a recuperação e catalogação do material.
Por enquanto, o material doado ficará em um acervo fechado do museu, sem acesso ao público.
"Os originais serão arquivados. Depois que estiverem restaurados, poderemos fazer cópias e colocá-los à mostra", afirmou Rosimeire dos Reis, assistente cultural do museu.
O museu ainda não tem estimativa de quanto poderá gastar com a restauração. A autenticidade do material, segundo Rosimeire, não é questionada. "São fotos inéditas, do início da carreira dele. Tínhamos até material jornalístico sobre aquela época, mas não panfletos originais. Tudo isso tem um valor incalculável, por se tratar de uma pessoa que já morreu."
O museu funciona de terça a domingo, das 8h30 às 12h30. A entrada é gratuita, mas é necessário agendar as visitas. Mais informações pelo telefone 0/xx/12/232-7877.


Colaborou Karina Ogo, da Folha Vale

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