|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MEMÓRIA
Documentos estavam em lixão da zona leste de SP
Museu Mazzaropi recebe material inédito sobre artista
FÁBIO SOARES
Editor da Folha Vale
O Museu Mazzaropi, de Taubaté (a 134 km de SP), recebeu no
mês passado uma das mais importantes doações desde a sua
fundação, em 1995: 93 fotos, 11
panfletos e três reportagens sobre
o ator e cineasta Amácio Mazzaropi, imortalizado nas décadas de
60 e 70 com o personagem Jeca
Tatu.
As fotos, os panfletos e as reportagens foram encontradas em um
lixão da zona leste de São Paulo,
há sete anos, por Osede Prado.
Como era fã do ator, Prado ficou
com o material, mas, em outubro,
resolveu procurar o museu.
Algumas fotos estão rasgadas,
mas de maneira geral todas estão
em bom estado. Há registros pessoais do ator, com seus familiares,
em homenagens, e até uma festa
na Fazenda Santa.
Foi nesta fazenda, localizada a
seis quilômetros do museu, que o
ator começou a produzir seus filmes sozinho.
Os panfletos doados foram feitos na época da Trupe Mazzaropi,
no começo de sua carreira, antes
de o ator de Taubaté trabalhar no
rádio. Um data de 1931, o outro de
1936. Até a doação, não se sabia da
existência do material. Segundo
informações do museu, pouco se
sabe da trajetória de Mazzaropi
com a sua trupe.
Duas das reportagens encontradas no lixo narram um acidente
sofrido por Mazzaropi em 59,
quando um jipe em que estava bateu em um Volks, no Ibirapuera,
em São Paulo. O ator teve de ser
operado e ficou com os dois braços engessados. A terceira reportagem traz uma foto do ator com
os filhos adotivos.
O material doado vai ser incorporado ao acervo do Museu Mazzaropi, que já conta com mais de
6.000 peças. Depois da morte do
ator, em 81, quase toda a sua história se perdeu. Mazzaropi teve
seus bens vendidos e documentos
e objetos pessoais sumiram.
Grande parte do acervo do museu é resultado de doações.
O próximo passo do museu é
buscar parcerias para conseguir
mão-de-obra especializada e recursos para a recuperação e catalogação do material.
Por enquanto, o material doado
ficará em um acervo fechado do
museu, sem acesso ao público.
"Os originais serão arquivados.
Depois que estiverem restaurados, poderemos fazer cópias e colocá-los à mostra", afirmou Rosimeire dos Reis, assistente cultural
do museu.
O museu ainda não tem estimativa de quanto poderá gastar com
a restauração. A autenticidade do
material, segundo Rosimeire, não
é questionada. "São fotos inéditas, do início da carreira dele. Tínhamos até material jornalístico
sobre aquela época, mas não panfletos originais. Tudo isso tem um
valor incalculável, por se tratar de
uma pessoa que já morreu."
O museu funciona de terça a domingo, das 8h30 às 12h30. A entrada é gratuita, mas é necessário
agendar as visitas. Mais informações pelo telefone 0/xx/12/232-7877.
Colaborou Karina Ogo, da Folha Vale
Texto Anterior: Música: Festival mineiro faz apanhado de novas tendências musicais Próximo Texto: Artigo - Gilberto Vasconcellos: A fé do povo ou no povo? Índice
|