|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Funarte cria novo incentivo às companhias circenses do Brasil
BRUNO GHETTI
DA REDAÇÃO
O circo brasileiro está na corda
bamba. O público, embora ainda
respeitável, anda bastante raro.
Na tentativa de ajudar as companhias circenses, a Funarte (Fundação Nacional de Arte) criou em
2003 o Prêmio Funarte de Estímulo ao Circo.
A fundação decidiu contemplar
neste mês 37 companhias circenses nacionais com espetáculos de
lona itinerantes no valor de R$ 8
mil, sendo que aquelas que desenvolverem algum tipo de ação social receberão mais R$ 4 mil.
O coordenador da área de circo
da Funarte, Carlos Cavalcanti, diz
que a iniciativa tem um caráter
"mais simbólico que assistencial".
"Para um circo médio, R$ 8 mil
não é nada. A idéia deste prêmio é
simplesmente dar uma "desafogada" nos circos nessa época de final
de ano, que é muito difícil para
para as companhias em termos financeiros", diz Cavalcanti, que
também é o diretor da Escola Nacional de Circo (vinculada ao Ministério da Cultura), no Rio, há
seis anos.
O domador do circo paulista
Stankowich, Marlon Stankowich,
42, sabe muito bem que a quantia
é pouca. "Dá para bancar mais ou
menos três dias de espetáculo,
não mais que isso", diz. "Mas é
melhor isso do que nada", completa o domador.
A iniciativa de incentivar o circo
via premiação já acontece há três
anos -a Funarte oferece uma
ajuda de custo às companhias. A
maior diferença da premiação
deste ano está nos critérios de escolha dos contemplados.
"Resolvemos restringir o tipo de
circo a ser premiado. A intenção
agora é premiar somente circos
de lona, não as companhias do
chamado "novo circo" [grupos circenses originados no teatro, mas
que usam técnicas do circo em
suas apresentações], que têm outras possibilidades de acesso a recursos enquanto companhias teatrais", diz.
Dia do Palhaço
Hoje, dez de dezembro, é o Dia
do Palhaço. Mas nem todos têm o
que comemorar. A Escola Nacional de Circo, por exemplo, está
com apresentações canceladas
devido às fortes chuvas no Rio de
Janeiro das últimas semanas.
Mas alguns palhaços não perdem a graça. Aos 88 anos de idade
(e 83 de carreira), George Savalla
Gomes, o famoso Carequinha, se
diz satisfeito com a profissão.
"Graças a Deus a crise nunca me
atingiu. Se estou em momento de
tristeza, deixo ela de lado na hora
de entrar em ação", diz.
O palhaço, um dos mais populares do Brasil, se diz otimista
quanto ao futuro do circo e dos
colegas de profissão: "O circo não
morre nunca. Enquanto existir
uma criança, o circo estará sempre de pé".
Texto Anterior: Teatro: Prêmio polêmico é entregue no Municipal Próximo Texto: Panorâmica - Teatro: Cidade de Bauru quer criar centro cultural para homenagear Mauro Rasi Índice
|