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São Paulo, quarta-feira, 10 de dezembro de 2003

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Funarte cria novo incentivo às companhias circenses do Brasil

BRUNO GHETTI
DA REDAÇÃO

O circo brasileiro está na corda bamba. O público, embora ainda respeitável, anda bastante raro. Na tentativa de ajudar as companhias circenses, a Funarte (Fundação Nacional de Arte) criou em 2003 o Prêmio Funarte de Estímulo ao Circo.
A fundação decidiu contemplar neste mês 37 companhias circenses nacionais com espetáculos de lona itinerantes no valor de R$ 8 mil, sendo que aquelas que desenvolverem algum tipo de ação social receberão mais R$ 4 mil.
O coordenador da área de circo da Funarte, Carlos Cavalcanti, diz que a iniciativa tem um caráter "mais simbólico que assistencial".
"Para um circo médio, R$ 8 mil não é nada. A idéia deste prêmio é simplesmente dar uma "desafogada" nos circos nessa época de final de ano, que é muito difícil para para as companhias em termos financeiros", diz Cavalcanti, que também é o diretor da Escola Nacional de Circo (vinculada ao Ministério da Cultura), no Rio, há seis anos.
O domador do circo paulista Stankowich, Marlon Stankowich, 42, sabe muito bem que a quantia é pouca. "Dá para bancar mais ou menos três dias de espetáculo, não mais que isso", diz. "Mas é melhor isso do que nada", completa o domador.
A iniciativa de incentivar o circo via premiação já acontece há três anos -a Funarte oferece uma ajuda de custo às companhias. A maior diferença da premiação deste ano está nos critérios de escolha dos contemplados.
"Resolvemos restringir o tipo de circo a ser premiado. A intenção agora é premiar somente circos de lona, não as companhias do chamado "novo circo" [grupos circenses originados no teatro, mas que usam técnicas do circo em suas apresentações], que têm outras possibilidades de acesso a recursos enquanto companhias teatrais", diz.

Dia do Palhaço
Hoje, dez de dezembro, é o Dia do Palhaço. Mas nem todos têm o que comemorar. A Escola Nacional de Circo, por exemplo, está com apresentações canceladas devido às fortes chuvas no Rio de Janeiro das últimas semanas.
Mas alguns palhaços não perdem a graça. Aos 88 anos de idade (e 83 de carreira), George Savalla Gomes, o famoso Carequinha, se diz satisfeito com a profissão. "Graças a Deus a crise nunca me atingiu. Se estou em momento de tristeza, deixo ela de lado na hora de entrar em ação", diz.
O palhaço, um dos mais populares do Brasil, se diz otimista quanto ao futuro do circo e dos colegas de profissão: "O circo não morre nunca. Enquanto existir uma criança, o circo estará sempre de pé".


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