São Paulo, domingo, 10 de dezembro de 2006 |
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Nas lojas Comédia Macunaíma JOAQUIM PEDRO DE ANDRADE Distribuidora: Videofilmes; Quanto: R$ 45, em média Fonte inesgotável para o debate da identidade nacional e do processo histórico brasileiro, este filme de 1969, primeiro sucesso de bilheteria do cinema novo, é uma obra deliciosa e arrebatadora, com atuações inesquecíveis de Grande Otelo e Paulo José. Radicalização tropicalista do romance de Mário de Andrade, o "Macunaíma" de Joaquim Pedro transplanta a ação para os anos 60, incorporando na salada a guerrilha urbana e a cultura do consumo. Com seu humor chanchadesco e seu colorido exuberante, o filme tem, entretanto, um tom elegíaco, de derrota da brasilidade arcaica do herói sem caráter, como bem notou Noemi Jaffe em texto nesta Ilustrada. Nos extras, uma apresentação feita por Joaquim Pedro para uma exibição na TV, além de um curta do cineasta sobre Brasília. (JOSÉ GERALDO COUTO) Drama Meu Amor de Verão PAWEL PAWLIKOWSKI Distribuidora: Europa; Quanto: só para locação Em uma cidadezinha no interior da Inglaterra, Mona, adolescente de origem proletária, leva vida modorrenta ao lado do irmão, um recém-convertido fanático religioso, até a chegada de Tamsin, riquinha em férias. Logo elas iniciarão um romance, para o choque da sociedade conservadora. Mais do que uma tradicional história de amor gay, o que conta nesse surpreendente filme é o minucioso retrato de um desesperado e decadente universo, onde a luta de classes só aponta para uma realidade pessimista. Não há saída para os desgraçados, nem no céu nem na terra, parece dizer. Nos extras, bastidores e entrevistas com equipe. (BRUNO YUTAKA SAITO) Ação V de Vingança JAMES MCTEIGUE Distribuidora: Warner; Quanto: R$ 45, em média O que dizer de um filme em que o herói é um terrorista, em pleno mundo pós-11 de Setembro? Independentemente de sua moral, "V de Vingança", adaptação da graphic novel oitentista de Alan Moore e David Lloyd, é em si uma obra provocativa e de fortes opiniões para as massas, algo tão raro no mundo dos blockbusters. Mesmo desaprovado por Moore, o filme mantém uma carga política atualizada, deixa de lado extremos de violência e referências às drogas e investe mais na relação entre V, o terrorista, e sua pupila Evey. Nos extras, entra um making of. (BYS) Drama Pergunte ao Pó ROBERT TOWNE Distribuidora: Imagem; Quanto: só para locação Adaptação do romance de John Fante, "Pergunte ao Pó" tinha tudo para dar certo, já que se trata de projeto pessoal de Robert Towne, roteirista do excelente "Chinatown". Mas dá tudo errado, a começar pelo péssimo elenco. Em nenhum momento Colin Farrell consegue captar o espírito estúpido, romântico, ingênuo e adorável de Arturo Bandini, jovem que tenta a sorte como escritor na Los Angeles dos anos 30. Apesar do esforço de Towne em recriar texturas noir, fez um filme sem vida, o oposto do texto borbulhante de Fante. Nos extras, entrevistas com a equipe. (BYS) Comédia Rosalie Vai às Compras PERCY ADLON Distribuidora: Versátil; Quanto: R$ 37, em média O êxito de "Bagdad Café" (1987) no circuito "cult" valeu ao diretor Percy Adlon e à atriz Marianne Sägebrecht, ambos alemães, um duplo bilhete premiado: a distribuição internacional de um filme anterior e mais carregado, "Sugarbaby" (1985), e a produção nos EUA de "Rosalie" (1989) -cujo desempenho, no entanto, ficou muito aquém do esperado. O tempo se encarregou de tornar ainda mais incômodos seus maneirismos de câmera e interpretação. Marianne faz uma alemã que mora no interior do Arkansas com o marido, um piloto de avião (Brad Davis), e sete filhos. Para manter o padrão de consumo da família, ela se especializa em aplicar golpes com cheques e cartões de crédito. A sátira ao modo de vida americano rende às vezes boas piadas, mas o filme jamais engrena. (SÉRGIO RIZZO) Texto Anterior: DVDs - Crítica/"Entreatos": "Atos" é mais explicitamente político que o filme original Próximo Texto: Crítica/"Peões" e "O Fim e o Princípio": Extras revigoram o cinema de Coutinho Índice |
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