São Paulo, sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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Dança eleva participação em ensino superior

Cartografia aponta que graduações quadruplicaram em dez anos no país

Análise da pesquisa conclui que produção é ancorada em editais e falta de regularidade mina trabalho em grupo

AMANDA QUEIRÓS
DE SÃO PAULO

O mito de que todo bailarino pensa só com os pés está vindo abaixo no Brasil. Até 2000, apenas cinco graduações em dança atuavam no país. Em 2009, esse número quadruplicou e, em 2010, mais três cursos surgiram.
A explosão dessa linguagem no ensino superior é um dos dados que saltam na Cartografia Rumos Dança 2009-2010, lançada semana passada pelo Itaú Cultural.
Espécie de "censo" da dança, a Cartografia é realizada a cada três anos e, desde 2000, coleta dados de 50 cidades de todas as regiões.
"Um dos motivos [do aumento] foi a expansão do ensino superior no governo Lula. O outro, a organização da classe artística para buscar mais formação", explica Sonia Sobral, coordenadora-geral do Itaú Rumos Dança.
Para Giancarlo Martins, um dos 13 pesquisadores que levantaram os dados, o crescimento também tem a ver com o fortalecimento da dança como área específica de produção de conhecimento.
"Mas é claro que também há uma questão de mercado e de ampliação das possibilidades de sobrevivência com a dança", afirma ele.
Outro dado é o incremento do número de iniciativas de apoio à produção artística, como editais de financiamento. Em 2000, eram 38. Em 2009, passaram a 106.
O problema: a maior parte delas é custeada com dinheiro público e fica à mercê de cortes de orçamento e de interesses de gestão.
Essa instabilidade reverbera na própria produção artística. "A falta de regularidade e o rodízio entre os premiados faz com que grupos se dissolvam", diz a pesquisadora Thembi Rosa.


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