São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
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Missão brasileira Com aporte de R$ 2,6 milhões do governo, mais de cem artistas do Brasil participam da Arco, feira de arte espanhola a partir de quarta
na feira em Madri FABIO CYPRIANO DA REPORTAGEM LOCAL Com um substancial aporte do governo brasileiro, em cerca de R$ 2,6 milhões, mais de cem artistas brasileiros participam da feira de arte espanhola Arco, em Madri, a partir da próxima quarta, e ainda ocupam alguns dos principais museus da capital espanhola. Em sua 27ª edição, a Arco tem o Brasil como convidado, iniciativa que ocorre no evento desde 1994. "Esse tem sido um elemento-chave na estratégia de internacionalização da feira, dirigido a impulsionar a participação das galerias estrangeiras, ao mesmo tempo em que abre ao público a oportunidade de conhecer um panorama artístico contemporâneo de diferentes países", disse Lourdes Fernandez, diretora da Arco, à Folha, por e-mail. A participação brasileira começou a ser negociada, em 2004, pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, que irá inaugurar a feira com os reis da Espanha. "Esta é a maior concentração de artistas numa ação do governo, que não visa apenas um evento mas uma política de artes visuais", afirma o diretor do Departamento de Museus do Ministério da Cultura (MinC), José do Nascimento Júnior. Estranho que tal ação seja numa feira comercial? "O princípio não foi o de mercado e, sim, o de apoiar artistas contemporâneos brasileiros no estabelecimento de relação mais clara com as galerias. Não podemos desconhecer o fato de que a cultura representa, hoje, aproximadamente 8% do PIB nacional", conta Paulo Brum, coordenador da Arco no MinC. A participação oficial brasileira terá como evento principal uma exposição com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Moacir dos Anjos, que ocupará uma área de 1.000 m2 na Arco, reunindo 108 artistas brasileiros de 32 galerias do país. O MinC está bancando ainda a programação de mostras paralelas. Críticas A ação direta do governo tem gerado não só apoio dos galeristas, mas também críticas. "É fato que nunca houve tanto incentivo, mas é preciso desburocratizar", diz Luisa Strina, que há 20 anos participa de feiras de arte no exterior. Entre as dificuldades elencadas pela galerista, está a impossibilidade de dar descontos na venda das obras. "Passamos os valores para o governo, por conta do seguro das obras, e não vamos poder mudar os preços. Isso é um absurdo, pois é prática comum dar desconto para museus e colecionadores importantes", afirma. Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: Arco 2008 enfrenta boicote da Espanha Índice |
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