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Crítica
Nicholson e Keaton fazem par estranho
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe algo que se perde na
primeira visão de "Alguém Tem que Ceder" (TNT,
19h20), soterrado sob o brilho
e os não raros tiques de Jack
Nicholson e Diane Keaton.
Ela faz a escritora que, em
dado momento, tem de receber
em casa um namorado da filha,
que sofreu um infarto. O namorado da garota é Nicholson, e
não será nenhuma inconfidência dizer que esta comédia girará em torno das relações românticas do casal. Mas não será coisa fácil: ele é um produtor
musical de sucesso, vive cercado por garotas. O que poderia
atraí-lo numa coroa como Keaton? Esta, por sua vez, é uma
intelectual, com pouco em comum com ele.
Com humor às vezes duvidoso, às vezes eficaz, "Alguém
Tem que Ceder" ilustra -e isso
é que é difícil notar de cara-
uma dinâmica estranha das
aproximações masculino/feminino, em que as reais afinidades nem sempre são as mais
explícitas; elas são de algum
modo secretas, porque dependem de cada um se descobrir
para poder descobrir o outro.
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