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POLÍTICA CULTURAL
Secretaria vai transferir administração de instituições
Mendonça quer iniciar processo de "terceirização" com Memorial
da Reportagem Local
O secretário de Cultura de São
Paulo, Marcos Mendonça, anunciou anteontem que o Memorial da
América Latina e a Pinacoteca estão entre as primeiras instituições
culturais estaduais a serem "terceirizadas".
"Espero que aconteça já neste
primeiro ano de mandato", afirmou o secretário. Outras instituições, como a Orquestra Sinfônica
do Estado e o Memorial do Imigrante, também estão na lista.
A "terceirização" projetada por
Mendonça, que inicia agora seu segundo mandato como secretário
de Estado da Cultura, significa
transferir a administração de algumas instituições culturais do Estado para fundações privadas sem
fins lucrativos -batizadas como
organizações sociais.
"Não é que estou entregando para um terceiro explorar, e sim para
um terceiro administrar. A gerência, o acompanhamento, a orientação da ação, tudo continua com a
secretaria", afirmou. A idéia é desburocratizar para atender melhor
a necessidade de cada instituição.
"Queremos montar uma estrutura para que a Pinacoteca, por
exemplo, possa explorar uma cafeteria que renda recursos. Atualmente, sou obrigado a fazer uma
licitação. E nem sempre o sujeito
que ganha essa licitação é a pessoa
que pode se adaptar melhor. Com
esse mecanismo, esse tipo de dificuldade será superada", afirmou.
A Orquestra Sinfônica do Estado
deve demorar um pouco mais.
"Estou muito empenhado para
que a orquestra sinfônica passe rapidamente pela mudança, mas ela
é mais complexa. Da forma em que
está, se eles forem gravar um CD,
eu teria que fazer licitação para escolher a gravadora. Quem disse
que a que oferece preço mais baixo
é a que atende melhor os interesses
da orquestra?"
As organizações sociais serão
bancadas em parte pelo Estado e
em parte pelos recursos que elas
mesmas deverão gerar. "Posso
passar, por exemplo, o estacionamento do Complexo Cultural Júlio
Prestes para a orquestra explorar.
Vira uma fonte de renda."
A aplicação desse mecanismo
para a cultura foi possível graças a
uma "carona" na lei que criava as
organizações sociais na área da
saúde. A emenda foi proposta no
ano passado pelo próprio Mendonça na Assembléia e criou polêmica com a oposição, que afirmava ser necessário um debate maior
sobre as regras para a área.
Ontem, Mendonça informou
também o orçamento oficial da
Cultura para o Estado de São Paulo
em 99: R$ 60,1 milhões.
O secretário ressaltou que "o valor pode mudar por causa da atual
situação econômica".
O governador Mário Covas já havia cortado, em janeiro, 10% da
verba destinada a cada secretaria.
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