EDSON FRANCO
DA REDAÇÃO

Os fãs de blues ou de suas variantes devem bater na madeira três vezes. Se depender dos organizadores e produtores, o festival Natu Blues -que acontece nos próximos dias 24, 25 e 26, no Opinião Bar, em Porto Alegre- veio para ficar e deve chegar a outras capitais na segunda edição, programada para o ano que vem.
É a chance de o amante nacional do blues ter novamente no calendário um festival recheado de atrações internacionais. As tentativas anteriores, todas já extintas, não estimulam muito otimismo.
Em 89, houve o pioneiro e espetacular Blues Festival de Ribeirão Preto (319 km ao norte de São Paulo), cidade que, nove anos depois, abrigou uma segunda tentativa, o Sesc in Blues. São Paulo já recebeu seis versões do Top Cat Blues Festival, uma única do Antone's Blues Festival e o maior festival dedicado ao estilo no país, o Nescafé and Blues, morto em 96.
Mas o Natu Blues tem chances de sobrevida. Primeiro, porque tem patrocinador -a indústria de bebidas Seagram, fabricante do uísque Natu Nobilis. Depois, porque tem na produção o mesmo time que mantém ativos os festivais Chivas Jazz -que chega este ano à sua segunda edição- e o inabalável Heineken Concerts.
Calejados com as experiências anteriores, os produtores resolveram comer o mingau pela beirada e, além de bambas brasileiros no estilo, estão trazendo, nesta primeira edição, músicos internacionais que passaram a carreira acompanhando estrelas do blues e outros que fazem leituras pouco conhecidas do estilo.
Na primeira categoria estão o tecladista norte-americano Ron Levy -que já pôs a sua perícia no órgão Hammond B-3 a serviço de Albert e B.B. King- e o guitarrista Matthew Robinson -veterano que se mexe bastante no palco.
Com sua fusão de blues, rhythm and blues e ritmos africanos, o casal de cegos malineses Amadou et Mariam, que colocou todo mundo para dançar na Tenda Raízes do Rock in Rio deste ano, representa a segunda categoria.
Entre as principais atrações nacionais do Natu Blues, estão o guitarrista Nuno Mindelis e o gaiteiro Flávio Guimarães.
Tudo explicado, sobra a pergunta: por que realizar um festival de blues em Porto Alegre? Segundo a organização do festival, a Seagram enviou pesquisadores a capitais brasileiras (Porto Alegre, São Paulo, Rio, Curitiba e Belo Horizonte). Concluíram que a capital gaúcha é onde mais se consome blues.


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