São Paulo, segunda-feira, 11 de abril de 2011

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CRÍTICA ANIMAÇÃO

"Rio" diverte, mas não escapa dos clichês e superficialidades


"RIO" É UMA PEÇA PUBLICITÁRIA EFICIENTE PARA A CIDADE ATRAIR TURISTAS


ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Superprodução de US$ 90 milhões (cerca de R$ 142 milhões), "Rio" cumpre o que promete: é uma animação infantil envolvente, com ação, cores exuberantes e algumas boas pitadas de humor.
O filme conta a história de Blu, uma arara azul que foi parar nos EUA ainda filhote e acaba voltando ao Rio de Janeiro, onde vive uma série de aventuras.
Blu vem acompanhado por Linda, sua dona, e Túlio, um ornitólogo brasileiro. Blu é talvez o último macho da espécie, que pode ser salva caso acasale com Jade, a derradeira fêmea conhecida.
Criado em cativeiro, ranzinza e desconfiado, Blu é um turista a contragosto. Jade é o oposto: só quer recuperar a liberdade e voltar para a floresta da Tijuca.
Os dois acabam nas mãos de traficantes de animais selvagens -que ocupam o lugar dos narcotraficantes, simplesmente ausentes- e perdem algumas penas para derrotá-los. A mensagem ambientalista está garantida.
A cidade é descrita com vibração, algo impossível caso o diretor não fosse um carioca como Carlos Saldanha, radicado nos EUA e responsável por sucessos como "A Era do Gelo 3" (2009).
Mas Saldanha cede aos estereótipos: praia, favela, futebol e samba. Pontos turísticos como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, os arcos da Lapa e o bondinho de Santa Teresa são apresentados com realismo. Mas o espetáculo mais atraente é o desfile de Carnaval na Marquês de Sapucaí.
Previsível no desenrolar e no desfecho, a trama se baseia nos cânones da comédia romântica e faz referência a outras animações, como os clássicos de Walt Disney "Você já foi à Bahia?" (1944), com aves como Donald e Zé Carioca, e "A Dama e o Vagabundo" (1955), passando por "Madagascar" (2005).
Os números musicais -com a passarada cantando e dançando- são típicos de produções americanas. A trilha sonora tem Sérgio Mendes, Carlinhos Brown e Bebel Gilberto, mas escorrega ao incluir will.I.Am, um estranho no ninho.
Clichês e superficialidades à parte, "Rio" diverte o espectador-mirim e é uma peça publicitária eficiente para a cidade atrair turistas estrangeiros dispostos a conferir in loco a Copa do Mundo e a Olimpíada.

RIO

DIREÇÃO Carlos Saldanha
PRODUÇÃO EUA, 2011
ONDE nos cines Anália Franco, Jardim Sul e circuito
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom


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