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ARTES PLÁSTICAS
Mostra traz obras que nunca deixaram o Georges Pompidou
"Parade" traça panorama da arte ao longo do século 20
ANA CÂNDIDA DE AVELAR
DA REDAÇÃO
Uma exposição sobre o panorama da arte no século 20 está prestes a desembarcar no país. "Parade" -mostra que leva o nome da
obra de Picasso (1881-1973), de
1917, uma cortina de grandes dimensões (10,5 m de altura por
16,5 m de comprimento) feita para o cenário de um balé e que estará presente no evento- acontecerá a partir de 2 de outubro na
Oca (o pavilhão Lucas Nogueira
Garcez do parque Ibirapuera em
São Paulo).
"A cortina [de Picasso" sugere
um desfile de toda a arte, que é o
que pretendemos fazer. Quase todos os movimentos artísticos do
século 20 terão seu espaço dentro
do prédio de Niemeyer que parece ser do século 21", diz Nelson
Aguilar, 55, curador da mostra (e
curador-geral da Associação Brasil + 500) juntamente com Laurent le Bon -o curador representante do centro Georges Pompidou, instituição parceira da associação (esta que organiza a Bienal
de São Paulo).
Ainda representando o lado
francês da parceria entre Brasil e
França, veio ao Brasil Jean-Jacques Aillagon, presidente do centro de artes plásticas que cederá
obras de seu acervo para a exposição na Oca.
Sobre a mostra, que terá mais de
200 obras produzidas entre 1901 e
2001 -já confirmadas estão "Roda de Bicicleta" (1913), de Marcel
Duchamp, e "Mesa" (1933), escultura de Alberto Giacometti-, ele
disse à Folha que "o centro mantém esse tipo de intercâmbio com
outros países, como Japão e Estados Unidos, mas essa será uma
mostra inédita".
"Espero ainda continuar nosso
intercâmbio com futuros eventos,
pois o Brasil é muito ativo no
campo das artes plásticas", disse
Aillagon.
O presidente do Pompidou
também afirmou que o porte das
obras da mostra será digno das dimensões do prédio que a comportará -a Oca tem cerca de
9.000 m2. "Escolhemos obras monumentais para aproveitar o espaço que é uma obra-prima do século 20."
O critério usado para a escolha
das obras -afinal seria impensável tema mais abrangente- foi
que os artistas escolhidos já tivessem passado pela França ou tivessem ligação com o país. Nomes
como Matisse, Picasso, Derain,
Marcel Duchamp, César, Brancusi, Tinguely, Christo, Kandinsky,
Braque e Annette Messager terão
espaço na mostra.
Além disso, um catálogo será
produzido. "Será um catálogo
histórico e antológico, pois trará
textos literários de escritores franceses contemporâneos dos artistas acompanhando cada obra representada", contou Edemar Cid
Ferreira, 57, presidente da Associação Brasil + 500.
"O Georges Pompidou ficará
três meses sem as obras, algumas
delas nunca saíram da França antes", comentou.
Design, cinema e vídeo também
estarão presentes no evento. "Os
vídeos escolhidos foram produzidos pelo próprio centro Pompidou em parceria com os artistas",
afirmou Aguilar.
Alguns dos trabalhos que estarão na mostra são "Musa Adormecida" (1910), de Constantin
Brancusi; "Route à l'Estaque"
(1908), de Georges Braque; "Roda
de Bicicleta" (1913), de Marcel
Duchamp, e "Precious Liquids"
(1992), de Louise Bourgeois.
O acervo do centro Georges
Pompidou tem cerca de 50 mil
obras -são pinturas, esculturas,
fotos, desenhos e projetos de design e arquitetura e vídeos.
Há previsão de que a mostra
permanecerá até o dia 15 de janeiro de 2002 e os custos, por enquanto, serão por conta da Associação Brasil + 500 e de patrocínio
que ainda se encontra em fase de
arrecadação.
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