São Paulo, quinta-feira, 11 de junho de 2009

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TELEVISÃO

Crítica

Wyler filmou "A Carta" para enfatizar dores

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É estranho como certos filmes, após conhecerem muito prestígio em sua época, tendem a envelhecer. Isso atinge com muita frequência longas dominados por prima-donas, como Bette Davis, no caso de "A Carta" (TCM, 23h40; não indicado a menores de 12 anos). Ela é a mulher que, na Malásia, mata um homem que a teria assediado. Legítima defesa da honra, como se dizia não tão antigamente assim.
Sim, isso até que aparece uma carta em que se conta uma versão bem diferente, com a qual, aliás, o marido confrontará a mulher. Sim, Bette é uma mulher casada. Qual seria o papel do homem na história?
William Wyler filma tudo com sombras e reentrâncias, enfatizando as dores e profundidades de destino só reservadas a mulheres excepcionais, como Bette. Certos filmes representam um tempo, certo tipo de sentimento, de preconceitos também. Seu interesse sociológico talvez até cresça com o tempo. Porém não representam o cinema. Por sorte, não.


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