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"A DANÇA DAS PAIXÕES"
Personagens dão riqueza
CECÍLIA SAYAD
especial para a Folha
A chegada de dois homens a uma
família de cinco irmãs na Irlanda
de 1936 desencadeia uma crise da
qual eles são apenas os sintomas.
Em "A Dança das Paixões" os homens não passam de catalisadores
de processos femininos. Cada um
representa um aspecto na vida das
irmãs. O primogênito Jack, padre
que volta da África mentalmente
perturbado, representa uma crise
de valores. Gerry, pai ausente do filho de uma delas, faz uma visita rápida que só serve como lembrança
da solidão das moças.
Apesar de tratar de relações marcadas pelo silêncio, o filme tem
personagens de uma riqueza de dimensões rara, possível graças ao
talento dos atores, sem o qual seria
impossível conduzir uma trama
calcada menos em fatos no que nos
processos internos que acarretam.
Ao escolher um momento ambíguo da vida da família, o filme valoriza o caráter controverso dos
personagens. O que lhe confere
uma humanidade que vem se mostrando rara neste cinema de seres
menos reais do que os computadores que os rodeiam.
Avaliação:
Filme: A Dança das Paixões
Produção: EUA, 1998
Direção: Pat O'Connor
Com: Meryl Streep, Michael Gambon
Quando: a partir de hoje, nos cines Extra
Anchieta 1 e Interlar Aricanduva 9
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